08. Daryl...?

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Gatilho: abuso e violência



Pov Hannah


Sinto uma pancada atingir o meu corpo e acordo. Eu estou boiando no rio em cima de um tronco grosso de árvore, mas ele esbarrou e enroscou em outro tronco. Sinto uma dor latejante na minha mão e me lembro de tudo. Sarah, Wendell e Jim... Filhos da puta!

Desço do tronco e vou até a borda do rio. Não faço idéia de onde estou e estou sem suprimento nenhum, além de estar completamente encharcada. Não sei enquanto tempo eu fiquei nesse rio, mas minha boca está seca e minha barriga está roncando. Sem pensar muito, bebo um pouco da água de onde estou mesmo.

Ando floresta a dentro em busca de uma fruta, uma cabana, qualquer merda que fosse. Na teoria, se eu for reto, um dia eu tenho que chegar na estrada, estou certa? Espero que sim. Caminho por algum tempo até que avisto uma cabana e eu vou até ela.

Eu já não aguento mais o cansaço do meu corpo, mas paro para olhar pelas janelas e ver se está tudo bem entrar nela, não quero ter nenhuma surpresa agora. Parece vazio, mas mesmo assim pego um pedaço de galho grosso para me defender antes de entrar nela.

Para a minha sorte a porta está aberta, então eu entro sem dificuldades. Eu sei que eu deveria ir checar o andar de cima, mas preciso comer. Corro até a cozinha e começo a abrir os armários. Sorrio sem acreditar no que estou vendo, tem mais enlatados aqui do que eu poderia contar.

Pego uma das latas e vou até o balcão para tentar abrir, mas meu coração erra uma batida com o que eu vejo. Tem um copo em cima do balcão e ele ainda está molhado, então tem alguém aqui. Seguro a lata em minhas mãos e ando em silêncio em direção a saída, mas meu corpo congela com o que está parado em frente a porta.

Não pode ser... É ele. O líder do grupo que me sequestrou e abusou de mim. Mas como? Negan disse que tinha matado todos. Minha cabeça começa a girar e a minha visão teima em escurecer, mas eu não posso apagar agora, tenho que ficar acordada. Olho para o pedaço de galho que deixei encostado na parede próxima a mim e corro até ele.

Os homens que estavam ao redor daquele babaca correm para me segurar e eu consigo acertar alguns com o pedaço de pau. Eles se afastam de mim enquanto eu balanço o galho ameaçando acertar todos eles. Olho para a porta e aquele cretino continua lá, imóvel.

-Peguem ela.

A sua voz áspera ecoa no cômodo fazendo o meu coração saltar no meu peito. Os homens que estavam me cercando, agora estão ficando cada vez mais próximos. Acerto a cabeça de um com a madeira, mas outro me agarra por trás e me segura. Luto até onde eu posso, mas não vou muito longe. Estou fraca e eles estão em um número maior.

-Seu desgraçado!- cuspo as palavras com raiva enquanto um dos homens me arrasta até o líder dele.

-Oi, cachorrinha, você voltou- ele diz com um semblante calmo- mas continua arisca como sempre- ele tira o cabelo que caía sobre os meus olhos e eu tenho vontade de vomitar quando a sua pele encosta na minha.

-Vai se foder!- grito e ele ri.

-Você me deu um puta de um trabalho, sabia?- ele começa a andar de um lado para o outro- eles levaram todas as minhas garotas e mataram todos os meus homens.

-Que pena que você também não morreu, babaca- cuspo em seu rosto e ele abre um sorriso.

-Para a minha sorte, as pessoas que você enviou não eram tão inteligentes assim- ele sorri enquanto limpa o seu rosto.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonWo Geschichten leben. Entdecke jetzt