06. Quilômetro 214

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Pov Hannah


Passei a madrugada toda tendo calafrios e agora pouco comecei a tossir. Isso me desanimou muito com tudo, mas espero que seja só uma gripe. De qualquer jeito, vou sair em busca de remédios quando amanhecer.

Quando o sol começa a clarear o lugar, eu me levanto do chão e começo a apagar as velas que acendi durante a madrugada. Começo a vasculhar as gavetas do lugar atrás de mais balas para a arma que peguei do morto no porão.

Reviro a sala, depois a cozinha e depois os quartos no andar de cima. Nada. Essa casa não tem nada. Nenhuma munição, nenhum remédio, nenhum alimento, nem água, nada.

Nesse exato momento estou parada com as mãos na cintura olhando para o estrago que a árvore que caiu aqui dentro fez. Merda, nem segurança esse lugar tem.

Acho melhor eu voltar até aquela caixa e pegar os remédios dela, mas talvez seja perca de tempo, já que vou ter que voltar um bom pedaço do caminho. Talvez, se eu continuar em frente, eu ache uma farmácia ou até outra caixa. Mas e se eu não achar?

Visto minhas roupas. Elas ainda estavam meio úmidas, mas era melhor do que andar com as roupas largas que eu estava usando e acabar perdendo parte da minha mobilidade caso eu precise correr de algo.

Pego a minha mochila e deixo a arma para trás. Fecho a porta da casa vendo toda a destruição que a tempestade fez. O carro que estava próximo a entrada da casa, está de cabeça para baixo agora e eu consigo enxergar algumas árvores caídas ao longe.

Olho para os dois lados da estrada. Um me levaria em frente e continuaria o meu caminho, o outro me levaria de volta, mas me levaria até os remédios que estão na caixa. Respiro fundo e escolho seguir em frente com o caminho que eu estava fazendo.

Ando por quilômetros e tudo o que vejo é mais floresta e árvores tombadas pelo caminho. A mochila está ficando cada vez mais pesada nas minhas costas e meu corpo está cada vez mais fraco. Se eu encontrasse pelo menos um carro com gasolina e bateria.

Esbarro com alguns zumbis e tento matar eles. Cambaleio e caio de costas para o chão. O último zumbi vivo vem na minha direção e cai em cima de mim. Pego a minha faca e acerto a sua cabeça com dificuldade. Mais difícil ainda foi tirar o corpo pesado dele de cima de mim.

Certo, definitivamente estou ficando doente. Estou com muito frio, provavelmente devo estar com febre e meu corpo só quer deitar em qualquer lugar e dormir. Posso estar cansada por ter passado a madrugada em claro, mas óbvio que não é ser só isso. Por que eu tive que nascer fraca desse jeito?

Paro por um momento, olhando aqueles corpos no chão. Olho para o caminho que eu tenho que fazer e tudo que meus olhos alcançam é uma longa estrada envolta por árvores e mais nada. Olho para trás e meus instintos pedem para eu voltar.

Talvez seja isso que eu deva fazer. Sem que eu me dê conta, quando vejo, já estou andando de volta para aquela caixa. Quanto mais eu ando, mais difícil fica respirar. Tropeço no meu próprio pé algumas vezes e quando encontro árvores caídas na estrada, apenas me jogo por cima delas para cair do outro lado.

Quando eu finalmente chego na casa onde eu estava, comemoro internamente. Alcançar ela significava que eu já estava quase na metade do caminho. Continuo andando e pensando. Talvez eu devesse ficar nessa casa, pelo menos até eu melhorar. Mas ela não tem nenhum recurso, onde eu acharia comida?

Olho para o lado e vejo uma silhueta, minha visão embaçada não me permite ver quem é. Esfrego meus olhos e aperto eles na direção da silhueta. Junto a sobrancelha enquanto meus lábios sussurram "Daryl?".

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonWhere stories live. Discover now