25. Você precisa ir atrás dela...

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Pov Hannah

Através da névoa da floresta, eu vejo uma silhueta. "Pai!?". Grito vendo o homem de cabelos grisalhos segurando algo em suas mãos. "Pai!?". Grito outra vez, mas ele continua imóvel olhando para os panos em seus braços. "Pai?". Minha voz falha e lágrimas começam a rolar pelo meu rosto.

Lentamente seus olhos encontram os meus e sem dizer nada ele se inclina levemente, mostrando que está segurando um bebê no meio dos panos brancos em suas mãos. O meu bebê. Tento gritar outra vez, mas a minha voz não sai.

Corro na direção dos dois, mas a cada passo que eu dava, mais longe eles ficavam. Corro como se meu fôlego fosse infinito, mas não adianta com qual velocidade ou como eu estou correndo, qualquer coisa que eu faço afasta cada vez mais eles.

Paro de correr e grito com todas as forças que tenho, mas não sai nada. "Ainda não chegou a sua hora, filha". Ouço a voz do meu pai no meu ouvido. Olho para ele, mas ele já está tão longe que eu mal consigo enxergar o seu rosto.

Uma dor me rasga de dentro para fora e eu abro meus olhos. Acordo ofegante e suada. Quando a claridade para de queimar os meus olhos, eu vejo Lydia ao meu lado. Analiso o lugar ao meu redor e reconheço o quarto onde eu cuidei de Tessa por tanto tempo.

-Desculpa, eu precisava trocar o seu curativo- Lydia diz e eu olho para os esparadrapos sujos de sangue em sua mão.

-Obrigada- respondo olhando para as bandagens limpas cobrindo a facada na minha barriga.

-Estava tendo um pesadelo com seu pai?- ela pergunta tímida.

-É- respondo olhando para o teto branco- não sei bem se era um pesadelo.

-Parecia- ela rebate.

-Fazia tanto tempo que eu não sonhava com ele...- penso em voz alta.

-Não me lembro quando foi a última vez que sonhei com os meus pais também- a garota se abre- mas todas as vezes que a minha mãe aparecia nos meus sonhos era em forma de pesadelos, então é melhor assim.

-Sinto muito- digo levando meus olhos até a garota.

-Não, isso não é nada- ela nega com um meio sorriso- não me importo mais com isso.

-Merda- xingo sentido a mesma dor que me fez acordar.

-Negan tinha uma enfermeira com o grupo dele, ela cuidou de você quando Daryl te trouxe ferida- ela diz vendo a minha careta de dor- mas não tinha nenhum antibiótico ou analgésico aqui, então ela se virou com o que achamos.

-Onde está ele?- pergunto cerrando os dentes na tentativa de ignorar a dor.

-Quem?- ela me olha confusa enquanto eu tento me sentar na cama.

-Daryl.

-Maggie estava se preparando para nos trazer para esta casa, quando Daryl, Aaron e Gabriel nos encontraram no bunker- ela começa a contar- Maggie contou para eles que você ficou na floresta para levar a Leah para longe de nós e Daryl foi atrás de você. Não demorou muito para ele chegar com você nos braços. Ele estava muito preocupado, ficou com você o tempo todo até a enfermeira dizer que você estava bem.

-E onde está ele agora?- começo a ficar aflita com a enrolação da garota.

-Ele e os outros precisaram ir atrás do Hornsby- presto atenção em suas palavras- o plano deles é matar ele antes que ele chegue em Commonwealth e faça alguma coisa ruim com as nossas pessoas que estão lá.

-Merda, quanto tempo faz que eles saíram?- pergunto preocupada- quem mais está com o Daryl?

-O Carl, o Negan, a Maggie, o Aaron e o Gabriel foram com ele- ela olha para o chão pensativa- acho que faz umas cinco horas que eles pegaram as armas que encontraram no porão daqui e saíram.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora