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--- Filha, se quiser voltar para casa, você será sempre bem-vinda. - Meu pai, falou tentando me confortar.

--- Não, pai. Eu vou ficar bem, não se preocupe com isso. - falei enquanto encarava a caneca de café em minhas mãos. --- Eu já estou morando em outra casa a alguns dias, e só vim até Los Angeles, para resolver umas coisas e espairecer um pouco a mente enquanto não volto para Seul.

--- Seu irmão sabe o que está acontecendo? - minha mãe perguntou. --- Vocês são muito próximos, sem contar que seu marido, era amigo dele antes. Do jeito que ele é um pouco explosivo quando há alguma injustiça, ele vai querer tirar satisfação com Jaebeom.

--- Não, ele não sabe ainda. Mark, anda tão ocupado com o trabalho, que achei melhor deixar quieto por enquanto. - falei e depois tomei um pouco do café. --- Quero resolver isso pacificamente. Vou permitir que ele continue vendo o filho, e quando ele estiver um pouco maior, poderá passar alguns dias com ele. - meu celular começou a tocar e vi que era Youngjae. --- É um amigo que está me ligando, ele deve saber alguma notícia do Jae. - me levanto. --- Eu vou atender lá fora.

--- Tudo bem. - falaram em uníssono.

Fui em direção a porta que dava para o quintal dos fundos e atendi.

Ligação on

Youngjae: Mary, desculpa estar ligando a essa hora.

--- Tudo bem, eu estou acordada. Aconteceu alguma coisa?

Youngjae: Sim, surgiu um dossiê que contém todas as provas que Jaebeom, é inocente.

--- Sério?

Youngjae: Sim, comprovaram que foi uma outra pessoa que matou aquela garota e enterrou em uma cova rasa, e que todo o dinheiro que supostamente Jaebeom desviou, não está com ele.

--- E quem matou a menina?

Youngjae: Foi um cara que saiu com ela em uma festa, mas não tem como o prender, já que logo depois ele cometeu suicídio.

--- Que chato, mas que bom ao mesmo tempo. E quando ele vai ser liberado?

Youngjae: Ele acabou de sair, mas vai ficar afastado por alguns dias. Me falou que ia direto para a casa de vocês.

--- Você contou que eu não estou mais morando lá?

Youngjae: Falei, mas ele só acreditaria vendo com os próprios olhos. É provável que ele vá te ligar assim que chegar e não ver mais nenhum rastro seu e do filho.

--- Eu deixei uma carta para ele, mas preciso de mais alguns dias sozinha, para poder digerir o que está acontecendo. - *fingir uma voz de choro* - Você sabe o quanto me abalou descobrir a traição, e quem me garante que não houve mais outras? Youngjae, eu tenho que te confessar algo.

Youngjae: O que?

--- Eu estava grávida, quando comecei a ouvir comentários de uma possível traição, mas ignorei. Não queria acreditar que o homem ao qual estava casada e estávamos felizes por finalmente estarmos esperando um filho, iria me por um par de galhas. * ri enquanto tentava ao máximo transparecer que também estava chorando de verdade*

Youngjae: Eu sinto muito por você ter passado por isso, Mary...

--- Eu estava cega de amor, Youngjae. Ignorei aquela mancha roxa e arranhão no pescoço dele, e ignorei os avisos. Eu fui uma idiota por acreditar nele.

Youngjae: Eu não sabia dessa parte da história, e estou me sentindo muito mal  por fazer você relembrar.

--- Tudo bem, já passou. Eu vou ficar bem. - falei voltando a minha voz normal. --- Obrigado por me avisar, mas por favor, me promete que não vai comentar sobre isso com o Mark. Eu quero contar, quando ele voltar para Seul.

Youngjae: Tudo bem, isso é um assunto de família e também pode abalar a amizades dos dois.

--- Ok, mais uma vez, obrigado por me informar. Agora eu tenho que ir, Max está quase acordando e preciso terminar uma coisa aqui.

Youngjae: Eu não vou tomar mais o seu tempo, eu também já vou começar meu expediente. Até mais, Mary.

--- Até.

Ligação off.

Guardei meu celular no bolso e respirei fundo, antes de voltar para dentro de casa. Jaebeom já está livre, logo a minha advogada entrará em contato com ele e um advogado para tratar da nossa separação. Sei que ele vai querer mais uma chance, mas elas já acabaram.

[...]

Vida DuplaWhere stories live. Discover now