Vida Dupla

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Estava tentando me concentrar no trabalho, mas acabava me distraindo toda vez que olhava para algum lugar da minha sala, porque já me acostumei com o barulho dos brinquedos e a risadinha do Max, e agora esse silencio era perturbador. Como ele deve estar com o pai dele agora? Queria muito ligar, mas não posso. É o momento deles. Mas se eu ficar aqui, não terei tanto progresso assim. Pego o telefone ao lado do meu computador, e chamo minha secretaria, que rapidamente entra na sala.

— O que deseja, Senhora? - Irene, falou assim que fechou a porta.

— Tenho algum compromisso hoje à tarde?

— Não senhora. 

— Ok, eu vou sair. - falei fechando uma pasta de documentos. — Se alguém me procurar, avise que fui em algumas das minhas lojas, e não sei que horas volto. 

— Sim senhora. 

[...]

Estava saindo da ultima loja, quando recebi uma ligação do Jaebeom.

— Alô, o que aconteceu? - perguntei preocupada.

— Sim, ele está bem, só acho que ele está com fome ou saudades sua. - respondeu e ouvi Max resmungar no fundo da ligação. — Nós saímos e trouxe uma mamadeira, mas acho que só uma não foi o suficiente. 

— Não estão em casa? Onde estão? - perguntei entrando no carro.

— Nós estamos perto de umas das suas lojas, a que fica perto da loja de brinquedos do Kakao Talk.

— Eu estou saindo dessa loja agora, então chegarei em cinco minutos. - Respondi ligando o carro. — Ele está chorando ou só resmungando?

— Resmungando, mas vai acabar chorando. Nós vamos esperar você lá fora. 

— Ok, já estou indo. 

Desliguei e fui em direção onde estavam. Eram três ruas a frente e assim que estacionei em frente a loja e sai do carro, vi Jaebeom empurrando o carrinho e Max, com um ursinho ao seu lado. Acenei para eles, que vieram em minha direção, na mesma hora meu filho começou a chorar antes de me ver.

— É fome  sono. - falei, depois de ver a hora no celular. 

— Então devo levar duas mamadeiras amanhã. - Respondeu sem graça. — Desculpa ter feito você vir assim.

— Eu estava saindo da loja, e também não foi sua culpa. - respondi enquanto pegava Max no colo. — Eu vou amamentar ele no carro.

— Ok, eu vou guardar o carrinho e as outras coisa no meu carro. 

Concordei enquanto ele ia em direção ao seu  carro, e eu abria a porta detrás do meu. Enquanto amamentava, cantarolei uma música de ninar e Max adormeceu minutos depois. Jae, chegou e me ajudou a sair do carro e fomos até o carro dele, onde coloquei com cuidado o pequenino que estava adormecido. 

— Ele não pode dormir à tarde toda, senão ele vai dormir tarde. - Respondi assim que sai do carro dele. — Hoje à noite vou ter um compromisso, mas se surgir algum imprevisto me ligue. 

— Tudo bem, mas não acho que vá ser necessário. - ele diz. - Bom, acho que já está na hora de ir para casa, e você ainda tem que voltar ao trabalho. 

— É, eu vou indo. Cuidado e fiquem bem. - Respondi e fui em direção ao meu carro. 

[...]

Estava na empresa, consegui fazer metade do meu trabalho em duas horas, já que não estava mais com uma sensação estranha como antes. Acho que era só a ideia de ficar longe do meu menino por dois dias, que me fez sentir daquela forma estranha, mas depois de ficar alguns minutos com ele, passou. Meu celular começou a notificar algumas mensagens, e vi que eram do Jongin, perguntando se ainda iriamos sair hoje, e confirmei. Comecei a arrumar minhas coisas, já que ele avisou que estava saindo do hospital agora e depois iria me buscar no endereço que passei. 

Ainda não sabia onde ele me levaria, mas estava um pouco mais animada que antes. Sai da empresa e fui para o apartamento do meu irmão, e levei comigo a bolsa que estava com tudo que precisaria para me arrumar. Demorei quase uma hora para ficar pronta, e como sempre estava impecável. Jongin, avisou que estava em frente ao apartamento, então peguei a minha bolsa e sai.

O caminho até o restaurante foi divertido e tranquilo, mas senti que estive nesse bairro alguma vez, mas ignorei, pois antigamente andava por muitos lugares, então esse bairro não seria diferente. Estacionamos em frente a um restaurante de comida árabe. Não era o mesmo que vim com meu ex-marido, mas ainda me lembro bastante como foi aquela noite. Foi quando começamos a nos envolver. 

— Esse restaurante é novo, mas falam que a comida é muito boa. - Jongin, fala alegre. 

— Eu já fui em um restaurante aqui perto, onde serviam comida árabe. - respondi. — E a comia era deliciosa. 

— Eu acho que sei de qual você está falando, mas eles fecharam. Fui uma vez a alguns anos, e quando soube que abriram outro no mesmo bairro, achei que seria legal vir com alguém dessa vez. - sorriu. — Vamos?

— Sim, vamos.

[...]