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Era por volta das onze e meia, quando cheguei em casa. Manfred, não demorou a aparecer aos berros em casa e sabia que ele  queria dizer algo como "Por que demorou? Estou faminto". Fui em direção a dispensa para pegar sua ração, mas no caminho, vi que sua vasilha tinha alguns restos. E não parecia ser a mesma ração que comprei. Alguém esteve aqui, mas só quem tem as chaves é a Mary e ela não avisou que viria aqui para pegar algo.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para ela, na esperança que ela havia dado comida ao gato. Enquanto aguardava a resposta, peguei minha arma e comecei a vasculhar o andar de baixo. Não havia ninguém e nenhum sinal de arrombamento, e quando ia subir, meu celular notificou uma mensagem. Mary, respondeu que não foi na casa, pois passou a tarde na empresa e que estava saindo agora de lá, com Max.

Subi as escadas devagar e os quartos estavam do mesmo jeito que havia deixado quando sai. Não fazia lógica alguma.

--- Devo estar ficando paranoico. - pensei em voz alta.

Depois de ir para o banheiro - com a minha arma, por garantia - e tomar banho rápido, fui para a cozinha preparar alguma coisa rápida e fácil, ou seja, um mingau de aveia. Enquanto preparava, pensei em algumas hipóteses de quem poderia estar por trás do meu problema. Tem muita coisa rolando diante dos meus olhos e eu não estou vendo.

Depois de comer e lavar a louça, fui para o quarto com Manfred, que se deitou na caminha dele ao lado da minha. Daqui uns dias, seria a primeira vez que viria minha futura ex-esposa, filho e advogada, para falarmos sobre nosso divórcio. Tentei não ocupar a mente com muitos pensamentos, para conseguir dormi. Estou muito cansado e ainda tenho que acordar cedo para uma reunião e ainda tenho que fazer fazer um plano infalível, para finalmente pegarmos esse delinquente que está escondido em uma propriedade no interior. E pensar que meu setor era só com políticos e empresários, do alto nível.

No dia seguinte, acordei com uma sensação estranha mas apenas ignorei e fui fazer minha rotina da manhã. Quando sai do closet já vestido, olhei para Manfred, que ainda estava dormindo. Chamei por seu nome, mas ele ao menos ousou se mexer. Me aproximei e ao tocar em seu corpo, senti alguns tufos de cabelo se soltarem mais que o normal e ele duro.

--- Manfred?! - Falei já começando a me desesperar, e tentando cogitar outra coisa que não fosse o que estava diante dos meus olhos.

Cheguei atrasado no trabalho, levando uma pequena urna em minhas mãos. Alguns colegas de trabalho apenas deram rápidos olhares em minha direção e voltaram aos seus afazeres, enquanto outros apenas me ignoraram e continuavam o que estavam fazendo.

--- Jaebeom hyung, por que demorou? - Lucas, falou assim que me viu entrar pela sala. --- Por que essa cara de velório? O que é isso?

--- Meu gato morreu durante a madrugada, e só descobri hoje pela manhã. - falei enquanto colocava a urna na minha estante. --- Levei ele para cremar.

--- Sinto muito, hyung. Ele já era de idade?

--- Não, ele ainda era jovem e saudável. - Falei enquanto me sentava.

--- E ele simplesmente morreu do nada? - Perguntou  cruzando os braços.

--- Não, ele morreu envenenado. - o encaro. --- Quando cheguei em casa, fui pegar a ração dele do jantar, e vi que havia alguns vestígio de comida no prato dele, e não era da qual tinha na casa. Alguém de alguma forma, entrou na minha casa e fez isso.

--- E quem mais tem as chaves da casa?

--- Mary, mas ela não foi, porque quando perguntei se esteve na casa, respondeu que passou a tarde na empresa e que estava saindo agora de lá com o nosso filho. - respondi e olhei para o meu computador.

--- Isso é um quebra-cabeças com peças faltando. - Respondeu confuso. --- E seus vizinhos não viram ninguém?

--- Não, nenhum deles estavam em casa, e a mãe de uma vizinha que mora com ela e o genro, a única que poderia ver alguma coisa, falou que estava ocupada vendo um show do Super-Junior. - Comentei segurando o riso. --- Chega a ser engraçado se não fosse intrigante.

[...]

Vida DuplaWhere stories live. Discover now