FINE LINE: Do Outro Lado Da Linha | LIVRO #2

Capítulo Trinta e Um

ELENA

Quando o Austin me ligou e fez o convite, adorei a ideia. Fiquei duas vezes mais contente ao saber que ele convidou o Benjamin para estar junto com o pessoal, não porque o Ben é o meu namorado, mas porque o Austin aprecia-o e quer construir uma relação boa com ele. Os dois começaram com o pé esquerdo nessa história; portanto, nada mais justo do que uma segunda chance para que eles, finalmente possam (re)começar.

Assim que voltei para casa e recebi a ligação, corri para banhar-me e aprontar-me o mais rápido possível, pois o meu querido Romeu — era o apelido carinhoso do Austin — seria a minha carona. Tomei um banho frio ao som dos clássicos da Dolly Parton e me deixei levar pelo embalo daquele gênero country, cantarolando as músicas que eu já conhecia, e tentando acompanhar aquelas que ainda não ouvira. Ao sair do banheiro, enrolei-me no meu roupão e fui procurar algo no meu closet. Entre alguns vestidos, saias curtas e longas, encontrei um short que há muito não usava: a minha peça branca com detalhes dourados nos bolsos posteriores. Por outro lado, na parte de cima, escolhi a minha blusa de alça azul turquesa que eu praticamente usava toda semana na Califórnia. Calcei um par de sandálias rasteiras prateadas, penteei os cabelos e deixei-os soltos para essa ocasião mais casual.

Enquanto eu saía do meu quarto, recebi uma mensagem do Austin avisando que já estava à minha espera. Desci correndo as escadas e fui ao seu encontro. Ao notar a minha presença, Austin abriu a porta, pelo lado de dentro, para que eu pudesse entrar.

— Milady.

— Monsieur.

Austin sorriu, dando partida assim que eu coloquei o cinto.

— Len, você acha que o Ben realmente está tranquilo em relação a nós dois? — Perguntou, mantendo os olhos na estrada.

— Sim, certamente ele está! — Sorri. — Por quê a pergunta?

— Não sei exatamente... — Suspirou — Eu só não quero que ele passe a vida inteira me enxergando como uma espécie de rival ou algo similar.

— Não tem porquê ele achar isso, Austin. Nós dois temos uma boa relação, temos afinidade, mas... somos apenas bons amigos. Todo mundo sabe disso, honey.

— Sim, você tem razão. Eu só estou meio... inseguro?! — Riu. — Sei lá, eu só quero que as coisas deem certo entre nós dois.

— Tudo vai ficar bem. — Acariciei o seu braço. — Todos nós estamos vivendo recomeços.

(...)

Ao chegarmos, Austin estacionou o carro na garagem. Descemos e entramos na casa através de um corredor que interliga os dois espaços. Confesso que fiquei encantada com a sua residência! Todos os detalhes, nitidamente pensados e escolhidos com muito carinho, encheram os meus olhos e o meu coração.

— Como eu sei que você não gosta de gim — Falou, abraçando-me de lado —, comprei uma garrafa de vinho rosé.

— Sério?! — Um sorriso largo se formou nos lábios imediatamente. — Caramba, você ainda lembrou desse meu desejo? Há muito eu gostaria de experimentá-lo!

— Você é uma pessoa especial para mim, Len. Não ache que os seus comentários passam despercebidos por mim. — Na cozinha, ele pegou uma taça para mim e gesticulou para que fôssemos até à sala. Ali, havia uma espécie de mini bar e de longe eu notei a garrafa de vinho rosé. — Fique à vontade, eu vou buscar os microfones no meu quarto.