Capítulo Quarenta e Três (PARTE I)

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BENJAMIN


Ao término da dança, Greg e Elena abraçaram-se mais uma vez e cada um foi para um lado: Elena ficou novamente ao lado da mãe ao passo que o Greg veio em minha direção, mas parou ao lado do meu pai. Os dois se cumprimentaram e trocaram algumas palavras sobre aquele momento especial que ocorrera há pouco. Olivia, do outro lado, acenou para mim e fez um sinal de legal com o polegar. Apenas balancei a cabeça, assentindo, sem entender exatamente sobre o que se tratava aquele gesto.

Minutos depois, Lilian encaminhou-se ao meio e anunciou:

— Agora chegou o momento mais esperado! — Disse entusiasmada. — A famosa dança da debutante com o seu adorável príncipe!

— Vai lá e arrasa, Benjamin! — Beatrice sorriu, divertidamente, enquanto eu endireitava a minha gravata borboleta.

Caminhei em direção à Olivia e, ao parar na sua frente, estendi a minha mão. Com delicadeza, Olivia segurou-a e eu a conduzi para o local indicado.

— Se tivéssemos a mesma idade, as garotas da minha escola iriam morrer de inveja ao descobrir que o príncipe para a minha dança não é ninguém mais ninguém menos que o famoso capitão dos Timberwolves. — Olivia afirmou, rindo.

— Olivia Marie Rose, eu não acredito que você está me usando como objeto de status. — Entrecerrei o olhar de forma engraçada, apenas para brincar com ela. — Eu sei que sou irresistível. — Dei de ombros e ela gargalhou.

Os músicos começaram a tocar e de imediato Olivia e eu nos aprontamos para dançar. "Love Story",  da Taylor Swift, como a própria Olivia já mencionara em outros momentos. Os seus olhos brilhavam, ela sorria sem parar e de quando em quando mergulhava no seu próprio mundo, absorta em cada frase que saía de sua boca.

Fico muito feliz ao ver a jovem mulher que a Olivia está se tornando. Ela foi uma espécie de pilar durante o período nebuloso pelo qual atravessei. Às vezes, a Olivia me ligava no meio da madrugada para saber como eu estava, falava baixinho, mesmo sabendo que não haveria a possibilidade acordar alguém às três horas da manhã. Nas sextas-feiras, vinha à minha casa para a nossa tarde de cinema. Fazíamos pipoca e brigadeiro de chocolate, assistíamos aos filmes dos mais variados gêneros, e, para ser honesto, as tardes de sexta-feira com a Olivia se tornaram as minhas preferidas, pois, realmente, eram os únicos momentos em que a minha mente não estava voltada cem por cento para a Elena, ainda que estar com a Olivia me remetesse a ela o tempo inteiro.

Olivia me ensinou, do seu jeito de menina, que eu precisava levantar a cabeça e seguir frente, que eu precisava me resignar, agarrar-me ao único fio de esperança que restava no meu coração. Ela se tornou a irmã que eu nunca tive, mas os papeis foram invertidos porque cuidou de mim com uma maturidade admirável. Tinha um pulso firme e era incisiva quando necessário, mas sempre com muito amor e carinho. Olivia foi o presente que eu não esperava receber, mas ainda bem que eu recebi. Quem diria que aquela garotinha doce e gentil se tornaria uma das pessoas mais importantes para a minha vida? Eu aprendi a amar a Olivia, e amar a Olivia é ter a certeza de que sorrisos e boas gargalhadas estão sempre garantidos.

Quando a música chegou ao fim, ela se jogou nos meus braços e beijou o meu rosto. Todos aplaudiram, assobiaram, fizeram bastante barulho. Ela agradeceu aos pulinhos, sorridente como sempre, e chamou a atenção para si, pedindo silêncio.

— Eu tenho um comunicado importante a ser feito. — Disse séria. Todos os convidados se entreolharam. Olivia olhou pra mim de relance, ergueu as sobrancelhas e sorriu de lado. — A FESTA ESTÁ LIBERADA, PESSOAL! APROVEITEM PARA COMER E BEBER À VONTADE... REFRIGERANTE E SUCO, É CLARO!

FINE LINE: Do Outro Lado Da Linha | LIVRO #2Where stories live. Discover now