Capítulo Trinta e Seis

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ELENA


Papai e eu continuamos a conversar um pouco, dessa vez sobre a festa da Olivia, enquanto terminávamos o café; preparou um bowl de frutas vermelhas com castanhas para mim e fez waffles para o café da manhã do pessoal. Subi apressadamente para o meu quarto e peguei o celular que havia deixado sob a cômoda. Ao sair do cômodo, ainda apressada, esbarrei com a Olivia que acabara de acordar.

— Bom dia, raio de sol. — Abracei-a de lado e Olivia abriu um sorriso sonolento. — O que faz acordada à essa hora?

— Perdi o sono. — Ela deu de ombros. — E você?

— Também. — O meu celular vibrou com uma notificação de mensagem. Era o Ben.

— Lena, você vai sair com o Ben hoje?

— Não sei. Por quê?

— Bom, eu estava pensando... — Bocejou — será que poderíamos almoçar hoje? Nós três? Eu queria conversar com vocês dois.

— Sim, Via. Acredito que o Ben não tenha planos para hoje. — Ela sorriu. — Eu vou falar com ele e depois te aviso, pode ser? — Olivia assentiu. — Ótimo.

— Eu vou escovar os dentes. — Olivia saiu praticamente se arrastando em direção ao banheiro. Balancei a cabeça, rindo baixinho da minha irmã mais nova que não é mais uma criancinha de seis anos de idade.

Desci as escadas, peguei o bowl que papai deixara sobre a ilha e saí cuidadosamente em direção ao jardim, sentando-me na rede que ainda estava armada. Comi algumas colheradas, coloquei a tigela sob as minhas pernas e antes mesmo de checar a mensagem do Ben, resolvi ligar para ele.

No terceiro toque, ele atendeu.

Oi, princesa. — Falou com a voz baixa e branda. Não pude deixar de sorrir ao ouvi-lo dizer "princesa". — Dormiu bem?

— Oi. — Respondi no mesmo tom. — Para ser sincera, eu não consegui dormir. Os meus pensamentos ocuparam a minha mente e não me deixaram descansar.

Mas você está bem? — Ben perguntou após um silêncio momentâneo.

— Sim, estou, acho que estou. — Ele riu pelo nariz do outro lado da linha. — Pelo menos estou tentando, sabe?

Isso é o que importa. — O seu tom de voz era calmo e tranquilizador, como se soubesse, de alguma maneira, que eu precisava desesperadamente de uma dose de serenidade para o meu coração.

A linha ficou silenciosa por alguns instantes, e o único som audível era o da brisa suave que dançava entre os galhos fracos e as folhas das árvores.

— Ben, você tem planos para hoje à tarde? Via gostaria de almoçar conosco; ela quer conversar.

Tudo bem, diga a ela que aceito o convite. — De alguma forma, eu pude sentir que ele estava sorrindo de lado, feito menino, como só ele sabia sorrir.

— Às 11 passamos na sua casa, está bem?

Perfeito.

— Perfeito. — Sorri, boba. — Então... — Pigarreei — nos vemos mais tarde?

Temos um encontro marcado. — Afirmou. — Só não esqueça uma coisa.

— O quê?

Pude ouvir o som da sua respiração.

Eu te amo.

Fechei os olhos com força.

FINE LINE: Do Outro Lado Da Linha | LIVRO #2Where stories live. Discover now