28 - Lucas Silva

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S/N

O amor é permanente, talvez.

As folhas dos coqueiros balançavam suavemente junto a uma brisa gostosa que batia contra o meu rosto.

Finalmente uma sensação de paz, mesmo que totalmente diferente do quê eu já sonhei um dia.

Observando o mar de longe, pude notar uma perspectiva infinita no horizonte ao ver como aqueles barquinhos se tornavam pequenos a cada vez que se distanciavam mais da costa.

Por que com a gente era sempre o contrário? Por que a cada vez que você ia embora, mais o sentimento parecia aumentar de tamanho?!

Isso não vem ao caso agora.

O clima estava ameno na praia de Maragogi, um dos lugares que nós sempre conversamos de irmos visitar um dia — quando tivéssemos dinheiro suficiente para tal.

Foram tantos outros lugares, tantas outras conversas, tantos sonhos...

Que também não vem ao caso agora.

Ainda assim estávamos juntos nesta praia após todos esses anos. Juntos como sempre estivemos desde o primeiro dia.

Conheci o Lucas quando ainda éramos jovens demais. Crianças, na verdade. Nós tínhamos por volta de uns 10 anos e era o primeiro dia de aula dele na escola onde eu estudava desde o jardim de infância.

Não demorou pra criarmos amizade. Aliás, aquela amizade típica de menino e menina na 4ª série: Se você puxar meu cabelo de novo, eu vou te socar!

Com a gente era assim...e só piorou com o tempo. A verdade era que depois de termos nos tornado amigos, não desgrudávamos um minuto sequer.

Lucas morava perto da minha casa, duas ruas atrás, então íamos juntos todos os dias para o tão tradicional Colégio (N/Colégio). Lá, o garoto me perturbava como ninguém. E o pior é que eu caía direitinho na pilha!

Não sei se por eu ser de Áries e ele de Escorpião, mas o nosso temperamento se completava — e a falta de neurônios também.

Fomos adolescentes engraçados. Aliás, de todas as fases, essa época foi a mais divertida: íamos em praias, acampávamos, saíamos escondido dos nossos pais...

A gente viveu cada coisa que se eu contasse, com certeza nós dois seríamos presos.

Mas, obviamente, levaremos todas essas histórias conosco até o túmulo. Até porque, era tanta parceria que eu tenho certeza que se um de nós precisasse de ajuda, poderíamos facilmente contar com o outro para esconder o corpo.

Esse era o nível da nossa amizade.

E agora estamos aqui, à beira mar:

A decoração está em tons de rosa e laranja, de uma maneira tropical, mais ainda assim super  elegante.

Não querendo me gabar, mas eu entreguei tudo no bom gosto.

O juíz de paz já estava posicionado no púlpito.
Todos também já estavam postos em seus lugares, inclusive Lucas, do lado direito, próximo à seus amigos e seus irmãos — que são seus padrinhos.

Lindo como sempre...

A cerimônia já havia começado, então chegara, finalmente, a hora da noiva entrar em cena.

Mas, ao contrário do quê geralmente tocam nos casamentos, o instrumental de Eu Sei Que Vou Te Amar começa a ecoar nos meus ouvidos.

Era agora ou nunca:

Imagines || Atletas ¹Where stories live. Discover now