52 - Bruno Henrique

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NARRADOR

Depois da grave lesão ligamentar no joelho direito, que comprometeu seriamente sua atuação profissional por quase 1 ano, Bruno Henrique finalmente estava de volta e aos poucos se reinseria em seu hábitat natural: os gramados.

Desde que regressou ao que por 10 meses fora sua maior saudade, BH estava sendo poupado pelo treinador e pela comissão técnica, já que o quadro dele havia sido bastante delicado e toda a equipe do Flamengo queria garantir que o retorno do jogador fosse o mais seguro e bem sucedido possível.

Por isso, a cada vez que Bruno entrava em campo para substituir algum de seus companheiros ao final de uma partida, ele sabia que era como voltar à estaca zero.

Devido ao tempo ausente, o jogador mineiro já não ocupava mais o lugar de titular fixo do time, então precisava se esforçar incessantemente para reconquistar o seu espaço.

Afinal, não estamos falando de qualquer jogador e sim de um dos maiores craques do atual Flamengo.

Bruno estava ciente de todos os desafios que enfrentaria para a retomada de sua carreira. Na verdade, o jogador de 32 anos encarava todo esse cenário dramático de sua vida como um testemunho, um recomeço.

E, novamente, ele teria que mostrar para quê veio.

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11 DE JUNHO DE 2023

S/N

Se tinha uma sensação que não mudava, era essa de adentrar no Maracanã em noite de jogo do Mengão.

Juro, indescritível!

É bizarro ver esse estádio lotado de rubro-negros completamente apaixonados e devotos à Nação. O jogo ainda nem havia começado, mas eu já precisava gritar para conseguir ser ouvida por Marília, esposa do Everton Ribeiro, e a Duda Fournier, esposa do Paquetá que estava de passagem pelo Rio devido as férias do marido.

Basicamente, o clubinho do Beach Tennis.

— Nossa, nem fala... Essa fase é terrível! — Marília concordou após Duda dizer que estava passando adolescência do bebê com o Pipinho, seu filho caçula que tinha apenas 2 anos.

— Literalmente a pior fase! — Concordei também, afinal, havia acabado de passar por isso com o meu, que estava prestes à fazer 4.

De longe, vi os jogadores do Flamengo irem cumprimentar Renato Gaúcho, que havia sido nosso técnico há pouco tempo atrás.

Se tem uma coisa que eu admiro muito no futebol é essa relação de respeito e cordialidade entre os atletas. É algo que, definitivamente, deveria se expressar entre os torcedores também — já que à todo momento ficamos sabendo de alguma confusão entre torcidas rivais.

Não demorou muito e o jogo começou.

Normalmente eu já fico apreensiva durante as partidas do Flamengo. Além de ser diretamente ligada ao futebol devido à profissão do meu marido, apesar de ser mineira, meu pai sempre foi rubro-negro doente e eu acabei herdando isso de Seu (S/Pai).

Fora que não existe flamenguista conseguir ficar calmo assistindo o Mengão jogar: ou você acha que vai infartar à qualquer momento ou não tá torcendo direito.

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