43 - Lucas Figueiredo ⊗

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NARRADOR

06 de novembro de 2022. Poderia ser um dia normal, um domingo comum. Mas não era.

Era a 38° e última rodada da série B do Brasileirão. E, só pra variar, ainda não estava nada decidido entre Vasco e Ituano.

Com ambos na 2° divisão do campeonato, o time carioca buscava ao menos um empate enquanto a equipe paulista precisava vencer o jogo de qualquer jeito para que pudesse ter acesso à tão sonhada Série A.

A partida aconteceria às 18h30 no Estádio Municipal Doutor Novelli Junior em Itu, interior de São Paulo. Mesmo sem ter time, S/N, que era uma tocantinense totalmente "off" pros esportes, acompanhou suas duas amigas ituanenses àquele jogaço que prometia grandes emoções:

— GOOOOOOOOOOOOL!!! — S/N comemorava animada quando foi travada por uma Jaqueline irritadíssima:

— Tá doida, S/N? Tá torcendo pro time errado, porra!

— Ixi! É sério? — S/N perguntou prendendo o riso e a outra amiga da esteticista gargalhou.

— Parece até que é retardada! — Mariana zombou e deu um tapa-raspão de leve na cabeça da tocantinense.

....

No entanto, o gol que S/N comemorara havia sido o único: apesar do Ituano ter tido um desempenho melhor no jogo, o pênalti para o Vasco no início do primeiro tempo garantiu o acesso ao clube alvinegro, já que outros dois gols (um de cada time) foram anulados pelo juíz, impedindo uma nova perspectiva da partida.

Enfim, o Clube de Regatas Vasco da Gama estava oficialmente de volta à Série A.

Além da festa que certamente acontecia por grande parte do Rio de Janeiro, o estádio do Ituano também fervia com a festa dos visitantes vascaínos que estavam presentes - para o desgosto dos anfitriões ituanenses como Jaqueline e Mariana, que observavam os campeões enquanto a maior parte da torcida perdedora já se aglomerava nos portões de saída.

— Caralho, não tô acreditando nisso... — Jaqueline comentou desacreditada enquanto assistia a festa rival ao mesmo tempo que notava a torcida ituanense aos poucos se dispersando das arquibancadas. — Nossa, que raiva, mano! — Exclamou inconformada.

— Culpa da S/N! Pé frio da porra! — Mariana acusou em tom de brincadeira.

— Minha culpa o cacete! Não posso fazer nada se o time de vocês não brilha! — A morena retrucou de prontidão e todas três acabaram gargalhando.

— O Ituano é só derrota mesmo, cara... Impressionante! — Jaque negou com a cabeça. — Eu quero é ver como a gente vai embora daqui! Pelo tempo, nem deve mais ter como separar as torcidas e esse povo do Rio só faz zona! Não vamos conseguir sair daqui nem tão cedo! — Jaque murmurou emburrada.

— Culpa tua! Falei pra gente ir antes quando começaram a liberar os portões! Agora já era, misturou tudo. — Mari respondeu dando de ombros e a loira revirou os olhos, resmungando qualquer coisa incompreensível.

— Ai, vocês são muito chatas com esse negócio de futebol!

— Você não entende, S/N. No teu estado nenhum time é relevante. — Jaqueline respondeu e S/N revirou os olhos.

— Parem com o chororô, não adianta nada! Enquanto o time de vocês tá rebaixado de novo, daqui mesmo eu já vi um monte de carioca gostoso ali embaixo e a gente aqui só perdendo tempo ao invés de se aproveitar dessa situação indo lá dar uns beijinhos na boca deles. — S/N apontou para um grupo de homens vascaínos que tiravam a camisa e balançavam no ar enquanto cantavam os cantos vascaínos em uníssono com o restante da torcida.

Imagines || Atletas ¹Where stories live. Discover now