59 - S/N (Especial) ⊗

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S/N

Era início do ano. Fevereiro, sendo mais exata.

Carnaval.

Finalmente havia chegado o tão esperado final de semana da comemoração do aniversário de 26 anos da (N/Famosa), que contrariando todas as nossas expectativas, havia escolhido permanecer em São Paulo mesmo quando os carnavais de Salvador, Rio de Janeiro e Recife estavam bombando.

Digo "nossas expectativas" porque o aniversário de (N/Famosa) era literalmente um evento! O primeiro grande evento que abria a temporada dos famosos. Maior do que qualquer farofa da Gkay, mais privado do que qualquer Réveillon do Neymar e que, dessa vez, aconteceria numa ilha particular em Ilhabela, no litoral paulista.

E é claro que a maior colunista de fofocas não poderia faltar nessa festa.

Apesar de ter construído o meu império em cima do entretenimento gerado pelas tretas e perrengues dos famosos, muitos deles acabaram virando meus amigos pessoais.

Ao contrário do que as pessoas pensam, os artistas, atletas e influenciadores não odeiam a mídia. Eles sobrevivem por causa dela.

É assim que as coisas funcionam. E é por isso que, mesmo sabendo que eu poderia expôr milhares de polêmicas de todos que estavam aqui, ainda assim eu havia sido convidada.

Os famosos gostam da fama. E, principalmente, da narrativa.

Mas, dessa parte, cuido eu.

Porque, não se deixem enganar: as redes de fofoca são só mais um objeto de alienação social.

Nem tudo é verdade. Na verdade, tudo é um simulacro: tudo é o que parece ser.

....

SEXTA-FEIRA

No resort alugado, havia cerca de 400 pessoas hospedadas para os três dias de festa. Por ser o ápice do verão sul-americano, estava fazendo mais ou menos a média de uns 33°C por dia.

A sexta-feira correu tranquila durante a tarde, já que as pessoas foram chegando aos poucos e as atrações naquele horário eram artistas pouco estourados na internet.

Eu e (S/Amiga), que eu arrastei junto comigo, não perdemos tempo e logo fomos para a piscina relaxar antes do caos que esse lugar se transformaria quando chegasse a noite e Léo Santana inaugurasse oficialmente mais uma edição do "Bloco da (N/Famosa)" já metendo de cara um Baile da Santinha, seguido do Baile do Dennis — que estava marcado para 2h da manhã da sexta para o sábado.

Era final da tarde, quase pôr do Sol, quando eu estava enrolada numa canga após sair da água e acabei me esbarrando num homem alto, bronzeado e cheio de tatuagens com quem me envolvi há alguns meses atrás.

Dudu, jogador do Palmeiras.

— Opa! — Ele me segurou antes que eu caísse e, quando percebeu que era eu, me olhou nos olhos e abriu um sorrisinho cafajeste.

Quem vê nem imagina o que ele faz.

E eu não tô nem falando de sexo, tô falando da lábia.

O filho da puta consegue convencer tão bem, que eu aceitei por livre e espontânea vontade ser o seu casinho extra-conjugal durante uma crise que ele estava vivendo em seu casamento.

Não me orgulho, mas não vou ser hipócrita pra dizer que me arrependo. O cara faz bem pra caralho e, no final das contas, o casado era ele.

Apesar de que, pelo visto, nem isso durou muito tempo...

Imagines || Atletas ¹Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon