Capítulo Onze // A synchronized disaster

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Segunda-feira.

Eu percorro os corredores vazios do colégio, estou atrasada porque a noite passada eu fiquei até tarde tentando entender o que estava acontecendo. Amy me tratou tão bem na sexta-feira, e saiu com outra pessoa no domingo, o que me leva a entender que ela queria brincar com nós duas. Mas não era verdade. Amy me olhava e me tocava de uma forma diferente, quando estava comigo, ela era atenciosa e provocativa, quando estava com Daisy, ela só parecia entediada e pensativa.

Então, se ela não queria a companhia de Daisy, por que porra ela estava lá? Se não queria nada comigo, por que ela agia como se quisesse? E, sobretudo, por que eu me importava tanto com isso?

A porta da minha sala foi aberta antes que eu pudesse chegar nela.

— Pare onde está! — ordenei quando a idiota estava abrindo a porta para voltar para a sala.

— Bom dia, Enola. — sorriu a imprestável, visto que não teria escapatória. — Você tá atrasada, deveria entrar antes que a professora faça a...

— Nós vamos entrar assim que eu e você resolvermos umas coisinhas. — digo e ela, de repente, ergue a mão pra mim e geme. — O que é isso?

— É nesse momento que você me puxa pelo pulso e me leva pra biblioteca ou o banheiro, jumenta. — estala a língua no céu da boca. — E ainda por cima quer ser atriz desse jeito.

Eu a odiava. E ela era adorável mesmo que desafiasse a morte de vez em quando.

— Prontinho. — disse Amy quando eu fechei a porta da biblioteca. Eu tinha o acesso às chaves já que estudava ali as vezes, antes dessa loucura toda acontecer. — Agora... — se sentou na mesa de estudos e apoiou as mãos atrás de si. — pode me dizer o que você queria comigo, e anda logo porque a inspetora...

— O que você estava fazendo com Daisy ontem?

Amy para e fica séria.

— Não era um encontro. — ela tenta antes que eu cruzasse os braços. — Enola, você não pode brigar comigo!

— Me dê um motivo.

— Eu estava ajudando o Schneider, eu nem queria estar lá de verdade!

— Poderia ter dito "não" pra ela. — lembro-a. — Você tinha uma escolha e escolheu estar com outra pessoa, a mesma pessoa que você estava se encontrando semanas passadas!

Não sei em qual momento começamos a elevar a voz, mas quando dei por mim, já estávamos frente a frente no meio da biblioteca.

— Não é assim que as coisas funcionam, Enola. Schneider está há semanas falando dessa garota, eu vejo o quanto ele gosta dela e a única pessoa que está atrapalhando eles de ficarem juntos é a sua amiga... — a interrompo.

— Não culpe Taylor, nem Avery e nem mesmo Daisy! Não ligo para Schneider e Avery, ou Taylor e Avery, nem mesmo você e Daisy, eu ligo pra nós.

— O que tem nós? — ela pergunta mas eu não me dou o trabalho de responder. Viro-me de costas pra ela e começo a andar pela biblioteca, logo escuto seus passos atrás de mim. — En, você não pode zangar comigo, para com isso!

— E por que não posso? — paro onde estou. Não me viro. Minha voz está gélida e cortante. — Apenas me dê um motivo, Amity, para não achar que você está fazendo tanto eu quanto ela de idiotas.

— Enola, eu não queria isso. Mal dou conta do espaço que você ocupa na minha vida, quem dirá ter espaço para outra pessoa. — nesse momento, me viro de frente pra ela.

Abro um sorriso decepcionado.

— Não acredito em você.

Quero me estapear quando vejo um resquício de desapontamento passar por trás dos olhos de Amy.

Enmity [Enemies to Lovers]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang