Capítulo Trinta e Dois // Our dimensions

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[N/A]: Como vocês já notaram, todos os capítulos têm o dia na semana que aconteceu o... acontecido (?). Enfim. Mas eu gostaria de deixar claro que, por mais que a sequência nunca vá mudar, não é um tempo em linha reta.

Um exemplo: Personagem Um viveu tal coisa em uma semana qualquer de janeiro. Mas no Point Of View do Personagem Dois, pode ter acontecido em uma semana qualquer de fevereiro. Entenderam?

Domingo.

Classifiquei as duas últimas fotos que havia tirado para o trabalho passado pela senhora Clarke e anexei no e-mail que dirigi a ela.

Era isso.

Minha primeira unidade havia sido concluída. Eu estava viva!

"Fazer os trabalhos da faculdade é a parte fácil, difícil é passar.", jogando o pano de prato sobre o ombro e recolhendo todos os pratos da mesa, minha irmã demonstrou a sua alegria diária em me ter por perto.

Amor familiar. Como explicar?

"Diz logo que me acha insuficiente academicamente, Nora.", jogo um taco de bolacha em seu cabelo. Ele acabou grudando nos fios pretos e ela nem os notou. Quis rir bem no momento que ela se virou para mim.

"Eu não disse que você é... por que você está querendo rir?"

Meu Deus.

"Não estou."

"Está sim. Tá fazendo cara de quem tá querendo rir."

"Eu não... quer que eu chore pra provar que eu não quero rir?"

A bolacha havia se esfarelado e estava espalhada por todo o comprimento do cabelo dela. Assim que ela se olhasse no espelho, saberia o porquê eu estava querendo rir.

Eu só precisava garantir que ela não fizesse isso enquanto eu estivesse dentro de casa.

"Claro que não. Não somos mais crianças, então que graça teria?", tirou o pano de prato dos ombros e o deixou sobre a pia. Ela puxou a cadeira e eu vi quando uns pedaços da bolacha caiu sobre a mesa de mármore.

Coloquei minhas mãos sobre os pedaços e Nora entendeu aquilo da forma errada.

"Ownt.", pondo as mãos sobre as minhas, ela sorriu de forma amável. "A faculdade está te deixando molenga, irmãzinha?"

"Não, não a faculdade em si, mas a minha colega de quarto me fez assistir as duas temporadas de Euphoria. Tirando o Nate Jacobs, eu arrisco dizer que comecei a sentir mais empatia pelas pessoas."

"Qual das duas colegas de quarto?"

"April. Você sabe: a ativista ambiental que odeia o cheiro de maconha."

Nora torceu um pouco o lábio.

"Você não está usando maconha, está?"

Do nada?

Puxo minha mão para perto de mim sem esquecer das migalhas de bolachas sob elas.

"Claro que não, Nora!", como ela pode pensar que eu poderia usar maconha? Já tive risco de ter alcoolismo, não vou arriscar me viciar em qualquer outro tipo de droga.

"Estou perguntando isso porquê eu usei bastante na faculdade. Poderia te dar umas dicas se você quisesse.", deu de ombros.

"Você fumou maconha na faculdade?"

"Sim, não é nada demais. Era só pra relaxar.", fez uma pausa e então continuou: "Bom, essa era a minha forma de relaxar, mas eu tinha uma colega de quarto que relaxava transando. Todo dia. Todo dia ela transava com alguém diferente. Você deveria agradecer por sentir cheiro de maconha e não de sexo."

Enmity [Enemies to Lovers]Onde histórias criam vida. Descubra agora