Capítulo Vinte // Car's outside

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[N/A]: Sei que tenho feito chover e não molhar, mas dessa vez vai molhar sim!
(Desculpa a piada sexual!!)

Quarta-feira.

"Se eu soubesse que os seus olhos iam brilhar desse jeito, teria nos colocado em um avião para Itália desde o começo.", revelo.

Sempre achei que aeroportos eram lugares muito emotivos e ao mesmo tempo vazio. Ao mesmo tempo que você olha para o lado e vê duas pessoas se abraçando em uma despedida, do outro você pode ver alguém desembarcando sozinho sem ninguém o esperando.

Isso até Enola pisar em um aeroporto. Ela olhava para os italianos e ficava aguçando os ouvidos para ouvir a conversa, mesmo que ela não soubesse o idioma.

"Você nem sabe o que eles estão falando.", comento assim que paramos do lado de fora e o taxista começa a colocar nossas malas na parte de trás.

"Da para saber sobre o que é só pelo tom da voz, as expressões e as emoções, sabia? Aprendi isso no teatro."

"Incrível, não é? Te ensinaram isso mas não ensinaram a não ouvir a conversa dos outros."

Dou risada da minha própria piada e vejo que o taxista passa o dedo entre o nariz e o bigode, tentando não rir.

"Eu não estava ouvindo a conversa deles, apenas identificando suas emoções e expressões."

"Ou seja, a forma poética de dizer que estava ouvindo a conversa alheia.", provoco-a.

Enola bufa e mostra o dedo do meio para mim antes de me empurrar em direção ao banco detrás.

Por sorte, minha tia chegou na Itália muito antes de nós, por isso eu não teria que aguentá-la até chegar em sua casa. Seu marido, por outro lado, não me irritava tanto quanto ela. Ele era um homem quieto e de opiniões justas. Falava pouco, mas pelo ao menos não falava merda.

Bem que a minha tia poderia aprender com ele. Uma pena que não.

"Não vejo a hora de chegar em casa.", Yuri comenta. Não dou muita atenção até ele dizer: "Toda vez que eu vejo sozinho a prima Chiara fica perguntando pela A, ainda bem que dessa vez eu não vou ter que responder."

De rabo de olho pude notar a cabeça de Enola se virar em minha direção tão lentamente que senti a morte se apossando do meu corpo.

Estou namorando não tem nem dez horas e já sinto que vou morrer.

"É mesmo, Yuri? E quem é a prima Chiara?", meu irmão não conseguiu filtrar o veneno na voz dela, mas eu e Nora filtramos.

"É a sobrinha do Arlen, marido da Stephanie.", Nora explica. "Uma querida."

Minha irmã me olha pelo espelho retrovisor como se eu tivesse que explicar algo para Enola mais tarde.

O que eu claramente não tinha.

"Chiara é um nome bonito, não é, Amy?"

Eu praticamente conseguia ouvir o meu anjo da guarda colocando a mão no meu ombro e dizendo: diga "não", se você quiser viver, vai dizer "não".

Dou de ombros.

"É comum."

"Não segundo as minhas pesquisas.", Yuri expõe.

Cala a boca, porrinha. Você acendeu um incêndio e agora quer me jogar dentro dele?!

Inclino-me para o lado e digo baixo em seu ouvido:

"Pois pesquise melhor."

Noto-o fechando a cara no exato momento em que o táxi para em frente ao condomínio de nossa tia.

Enmity [Enemies to Lovers]Onde histórias criam vida. Descubra agora