Capítulo Quatorze // We are a "we"

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[N/A]: Mais um capítulo só porque vocês tão me ameaçando!

Segunda-feira.

Um verme asqueroso e feio
gerado em lodo mortal.
Morde, sangra, rasga e mina.
Aquele verme é o ciúme

Eu aprenderia a língua portuguesa só para me sentar com Machado de Assis e conversar com ele sobre o ciúmes.

Para Clarice Lispector, o ciúmes é verde, para Mika o ciúmes era profundamente em tons de cinza, já para mim o ciúmes não tinha sentido, nem poderia ser uma cor.

E mesmo sabendo disso, senti ciúmes de Enola com aquele aspirante a sufista.

“A?”, sinto a cama afundar e vejo meu irmão sentado na cama em posição de índio.

“Fala, pequeno.”

“Depois de depois de amanhã é meu aniversário.”, sua voz não demonstrava muita empolgação.

Me sentei em sua frente e tentei entender porquê ele estava tão desanimado, mas não consegui chegar em nenhuma conclusão.

“Por que você tá assim?”

Ele torce um biquinho pro lado e diz:

“Eu queria as pessoas mais importantes da minha vida perto de mim.”

Inclinou a cabeça, não entendendo muito bem o que aquilo significava.

“Yuri, seja mais especifico.”

“Eu quero que a Enola e a tia Elô estejam aqui esse ano.”

Ah, então era isso.

“Você pode chamar elas pra mim?”, abriu o sorriso mais largo do mundo e deitou a cabeça no meu colo.

Não tinha como resistir, inferno.

“Tá bem...”, eu já estava me acostumando a ceder a qualquer pedido dele mesmo. “Ih, olha só, você vai fazer oito aninhos, carinha. Já tá meio velho.”

Meu pequeno suspirou.

“Não vejo a hora de me aposentar.”

Ele nem estava perto de se tornar maior de idade e já estava pensando em aposentadoria. Quero muito estragar seus sonhos, mas a voz de Nora preenche meu quarto.

“Que cena mais linda.”, sorri. Seus cabelos estão lavados e jogados sobre os ombros. Ela parecia mais leve depois que deixou que as dispersas fossem divididas entre nós.

Yuri sai do meu colo e se joga nos braços de Nora, esta que se senta ao meu lado na cama.

“Você já pediu a Amity aquele favor?”

Opa.

“Espera aí, vocês se juntaram para me pedir para falar com as Lockhart?”

Nora tenta fazer Yuri negar, mas este acaba não sendo tão esperto dessa vez.

“É, foi isso mesmo, A.”

“Yuri!”, repreendeu. “Não era pra contar.”

“Mas você me ensinou a não mentir.”, com esse argumento, Nora não tem como rebater, me fazendo feliz por alguns segundos antes de me voltar para o pilantrinha.

“E por que você não pede?”

Os dois se entreolham e eu começo a desconfiar.

“Responde aí Yuri.”, Nora o cutuca.

“Que feio jogar a responsabilidade pra cima de uma criança.”, rebate o pequeno.

“Ah, agora você é criança, né?”, Nora e eu perguntamos ao mesmo tempo.

Enmity [Enemies to Lovers]Où les histoires vivent. Découvrez maintenant