Quer uma cenoura?

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Micael chegou e logo encontrou os amigos na pista de dança, perto do bar. Não era nem meia noite e já estavam todos bêbados, ele deu risada e então foi pedir sua primeira cerveja.

— Porra, você sabe que eu te amo, não é Micael? — Augusto gritou no pé do ouvido do amigo que deu mais risada. — Te considero pra caralho!

— Não acha que está cedo pra começar com essa viadagem? — O barman colocou a cerveja no balcão e em seguida a abriu. — Acabei de chegar, ainda estou na primeira!

— Foda-se, eu te amo! — Gritou de novo e saiu de perto pra dançar com Samantha. Uma mulher com quem ele vivia junto, mas que não assumia compromisso e ninguém entendia o motivo.

Pelo alto da quarta cerveja ele levantou e foi dançar um pouco junto com a galera, tinha ido ali se divertir e não ficar plantado no bar bebendo cerveja a noite toda.

— Para de beber cerveja, viadinho. — Arthur chegou perto e gritou. — Você veio aqui ficar doidão, porra. — Entendeu o copo com uma dose dupla de whisky. — Vira essa merda!

— Não pretendo perder o controle. — Estranhava o fato de ninguém ter perguntado por Sophia, mas sabia que todos estavam bêbados, então provavelmente era esse o motivo. — Não vou virar nada!

— Vira, vira, vira! — Augusto puxou um coro, Micael virou os olhos e virou não só o copo de Arthur, como o copo de Augusto e Cristiano que observavam a tentativa de Arthur em embebedar o amigo. — Boa! Agora quem sabe você comece a se divertir!

— Eu vou mijar e buscar outra bebida! — Anunciou e se afastou dos amigos.

A fila do banheiro estava surpreendentemente pequena, Micael já se sentia um tanto bêbado, precisava parar de beber um momento.

Subiu até a área de fumantes, onde um vento gelado batia em sua pele quente, fazendo cócegas interessantes. Era boa a sensação. Ficou lá sentado por um longo tempo, até sentir que algum sentou ao seu lado, perto demais. Ergueu a cabeça e encarou a ruiva que estava lá.

— Não sei o que veio fazer aqui, já que aparentemente não está fumando. — A mulher tragou seu cigarro mentolado. — Meu palpite é que bebeu demais.

— Talvez. — Não deu o braço a torcer. — Ou tudo o que preciso é um pouco de vento, mesmo que misturado com a fumaça dos cigarros.

— Dá pra ver na sua cara que não está bem. — Deu um sorriso sexy. — Quer água? — A mulher ergueu uma garrafinha que tinha na mão esquerda, já que a direita segurava o cigarro. Micael hesitou. — Relaxa, bonitão, estou vendo sua aliança, eu só quis te ajudar.

— Minha namorada é bem ciumenta. — Sorriu como um bocó ao lembrar de Sophia. — Se ela ao menos imaginar que eu bebi a sua água, ela vai surtar e ficar sem falar comigo.

— Ela está nessa festa?! — Observou o moreno balançar a cabeça. — O que os olhos não vêem, o coração não sente. — Ergueu a garrafa novamente e com um sorriso bem convidativo. — Anda logo, não vou conseguir ficar em paz sabendo que tem alguém quase morrendo aqui. Sou enfermeira. — Ele sorriu e pegou a garrafa, bebendo quase metade da água. — Pode beber tudo, vai te fazer bem, depois eu compro outra.

— Obrigado. — Tampou a garrafa, nem sabia que estava com tanta sede. — Vou te devolver essa água assim que eu melhorar. A propósito, eu sou Micael.

— Eu sou Caroline. — Eles ficaram ali sentados por mais de meia hora, batendo papo, até que Micael se levantou eufórico. — Ei, o que tá rolando?

— Vamos dançar! — Disse rápido. — Beber alguma coisa, me sinto ótimo! — Fez uma dancinha desengonçada. — Eu quero mais whisky! — Anunciou e caminhou pra perto da escada. — Carol, você está vendo aquele cara comendo uma cenoura? — Teve crise de riso. — Quem traz uma cenoura pra boate? Será que é o Pernalonga? Eu quero uma foto com o Pernalonga. — Bateu palmas empolgado e gargalhou. — As luzes desse lugar sempre foram assim? Grandes bolas pretas?

— Micael que merda te aconteceu do nada? — Perguntou sonsa. — Eu acho que você deve sentar novamente. Não tem ninguém comendo cenoura aqui e as luzes são coloridas!

— Você não está enxergando o Pernalonga? — Apontou. — Talvez precise de óculos.

— Acho que você precisa de outra água! — Apoiou o rapaz recém conhecido escada abaixo. — Talvez mais duas.

— Eu não quero água! — Bateu o pé no chão. — Eu quero um pedaço daquela cenoura!

— Deixa a cenoura dele em paz! — Resolveu entrar na onda. — Ou então eu vou pegar as suas orelhas. Ameaçou e Micael, completamente alucinado tampou as orelhas. — Vamos logo beber uma água! — Tentava puxar, mas ele estava empacado. — Vou deixar você aí, não é problema meu!

— Você é gostosa! — Puxou a mulher pelo braço e roubou um beijo. — Céus, parece que eu não beijo há cinquenta anos! — Apertou mais a ruiva, que em momento algum protestou. — Vamos sair daqui, o Patolino fica olhando pra gente!

— Não tem nenhum personagem aqui! — Olhou em volta só pra confirmar. — Mas eu topo sair daqui. — Ele iniciou outro beijo antes de sair sendo puxado pela mulher que logo o enfiou em um carro. Que carro? Não tinha visto nem de onde veio.

— Dá seu endereço pro motorista! — Carol disse com um sorriso. — Ou não se lembra?

— Na rua do Batman! — Disse enrolado e o motorista, que sabia previamente onde era o apartamento de Micael, seguiu pra lá. — Não, não, Na rua do Mickey! — Gargalhou sozinho.

— Micael, sabe do que eu gosto? — Disse sedutora, encarando o motorista pelo espelho retrovisor. — Gosto de ser forçada!

— Como assim, forçada? — Perguntou sem entender, ainda alheio a tudo o que estava fazendo. — Está dizendo estupro?

— Que tal se você descer desse carro e me levar pra dentro a força? — Sugeriu e ele sorriu. — É a minha fantasia.

— Você é safada! — Micael deu mais risada. — Eu posso fazer isso, eu aposto que consigo! — O carro parou, não era uma distância longa entre o apartamento e a casa noturna.

Cumprindo o que havia prometido a mulher, ele desceu do carro, a puxou pelo braço de forma brusca e quando já estavam do lado de fora, também segurou em seus cabelos, a arrastando pra dentro. — Oi, pai! — Disse ao porteiro que ficou sem entender nada, estava longe de ser seu pai e estranhou aquela cena.

No elevador, ele encurralou a mulher num canto e lhe deu um tapa na cara. — É isso que você quer?! — Disse agressivo. — Vagabunda! — Arrastou a mulher pra fora, quando finalmente chegou em seu apartamento, a soltou e destrancou, não demorou a empurrar a mulher pra dentro.

— Quero que entre em mim! — Ela disse ao caminhar pro quarto, se jogando na cama.

— Assim, sem preliminares?! — Perguntou sério e ela por um instante achou que o surto havia acabado. — Vai doer.

— Entra! — Ergueu o vestido e jogou a calcinha pro lado. Micael sentiu o pau no mesmo instante. E então se posicionou pra entrar, no seco, como ela havia pedido. — Aí não! — Ela repreendeu quando estava prestes a invadir. — Aqui! — Sorriu com a proposta de sexo anal fácil então, entrou.

Caroline só faltou chorar de dor, aquilo doía como um inferno e não era nada prazeroso. Mas manteve a pose de quatro e os gemidos falsos que empolgaram Micael.

E ele bateu na mulher, rasgou sua roupa, fez tudo o que ela sugeriu, ele só não esperava aquele desfecho.

Na manhã seguinte...

Aquela NoiteWhere stories live. Discover now