Hora da verdade - Parte 2

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— A verdade? Está dizendo que o seu depoimento foi uma mentira? — Ele falava baixo e controlado, tentando assimilar as novas informações. — O que exatamente foi mentira?

— Tudo. — Confessou um pouco envergonhada. — Aquela história foi toda inventada.

— Nada aconteceu entre a gente? É isso? — Perguntou incrédulo.

— Não, nós transamos mesmo. — Suspirou e então confessou. — Mas foi tudo consensual.

— Arthur, você vai precisar ajudar a cuidar do Levi. — Micael disse numa calma surreal e deixou o amigo sem entender nada. — Porque eu vou passar o resto da minha vida na cadeia por matar essa vagabunda! — Levantou da poltrona num pulo e voou em cima da mulher, apertando seu pescoço.

Arthur e Raquel se juntaram pra afastar Micael de Carol, mas não estavam conseguindo.

— Micael pelo amor de Deus, solta ela! — Arthur implorou. — Se você for preso o Augusto vai criar o Levi, é isso o que quer?! — Ele pensou e então se deixou ser controlado. — Respira fundo e se acalma. Só me falta adicionar mais dezessete anos a sua pena por causa de um homicídio.

— Você ouviu o que essa vagabunda falou? — Começou a andar de um lado pro outro. — Você ouviu?

— Tá legal, vamos começar a me tratar com o mínimo de respeito, senão eu não conto merda nenhuma. — Carol disse com as mãos no pescoço, tentando se recuperar. — Encosta mais um dedo em mim pra você ver se eu não volto lá naquela delegacia pra te denunciar. De novo! —  Ameaçou com a voz falha e fez Micael querer voar em cima dela novamente, só que dessa vez, Arthur conseguiu impedir.

— Vai lá e denuncia, eu já perdi a minha vida inteira por causa de você, vai lá e fode com tudo de vez. — Apontou pra porta. — Está esperando o quê? VAI LOGO, VAGABUNDA! — Gritou.

— Micael será que dá pra você se acalmar e ouvir a história?! — Arthur pediu forçando o amigo a se sentar. — Cala a boca e escuta, afinal eu também quero saber. Continua, Caroline.

— O Augusto me pagou pra fazer tudo o que fiz. — Falou de uma vez, sem pestanejar, ainda com as mãos no pescoço se protegendo de um novo ataque. — Foi ele que bolou todo o plano.

— Não pode ser. — Arthur respondeu, já que Micael estava em choque, tentando assimilar isso. — O Augusto é nosso amigo.

— Amigo de cu é rola. — Carol disse e finalmente tirou as mãos do pescoço. — Ele odeia vocês, é um invejoso de merda.

— Está inventando isso tudo não é?! — Micael falou baixo. — Ele não pode ter feito isso comigo, crescemos juntos.

— Você sempre teve tudo o que ele quis. — Raquel quem continuou a contar. — A sua casa era mais bonita, seus pais eram mais legais, sempre foi mais popular na escola, arranjou uma namorada linda. — Foi enumerando. — Você mal entrou na faculdade e tinha um ótimo estágio, tinha planos pra casar e ter filhos no fim da faculdade e a sua namorada era muito apaixonada.

— Como é que você sabe dessas coisas? Não lembro de ter te contado. — Passado o estouro de raiva, Micael estava triste.

— Eu ficava com o Guto. — Revelou surpreendendo os dois. — Na época que ele estava com a Samantha.

— Só pode ser piada. — Se levantou de novo. — Que história bizarra é essa?

— Eu era só mais um casinho dele, mais uma que só servia pra transar as escondidas, ninguém era boa o suficiente pra ele.

— A Sam era assumida. — Arthur se meteu. — Ele apresentou pra gente.

— A coitada da Samantha era só uma fachada pra não perceberem o quanto ele era doido na sua namorada. — Raquel apontou pra Micael. — Ele já me pediu pra pintar o cabelo de loiro.

Aquela NoiteKde žijí příběhy. Začni objevovat