Velhos amigos

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Augusto tinha dito a Sophia que a perdoava, mas a relação dos dois não andava das melhores conforme tempo ia passando.

Completamente ao contrário da relação de Micael com Raquel. Os dois se davam muito bem, estavam sempre juntos. Saiam sempre em encontro com Laura e Arthur.

— Micael, você não acha que a Raquel deve saber que você já foi preso? — Os três estavam na mesa do café. — Sério, vocês estão juntos há quatro meses, amigo. Vai dar ruim!

— Eu não tenho coragem nenhuma de contar a ela a verdade sobre mim. — Mordeu um pão de queijo. — Nunca mais vai querer olhar na minha cara!

— Talvez se você tivesse contado no início, ela superaria, mas agora que você mentiu sobre vai haver muito mais comoção.

— Olha, ela acha que eu fui abusado na infância, por isso tenho tanta cicatriz. Se eu não contar e vocês não contarem, a verdade não vai aparecer.

— Tenho uma notícia pra você: a verdade sempre aparece. — Arthur terminou seu café. — Sério, você devia falar, se ela jogar seu nome na internet e achar seu processo....

— Para de agourar, vai continuar tudo lindo e maravilhoso do jeito que está. — Deu três batidinhas na mesa de madeira. Laura observou seu celular tocar e sorriu ao atender.

— Olá, gravidinha! — Micael rolou os olhos e soube que era Sophia. — Está aqui? Claro que o restaurante está fechado, estamos tomando café. — Fez uma pausa e ouviu a voz nervosa da amiga. — Você quer que abramos agora? Sophia você está bem? — Ouviu mais choro e desespero. — Se acalma que eu estou descendo. — Encerrou a chamada. — Sophia está na frente do restaurante, chorando, afobada. Quer que abramos pra poder conversar.

— E por que ela não vem conversar aqui? Ainda são dez da manhã. — Olhou o relógio da parede. — Falta mais que uma hora.

— Deve ter brigado com Augusto novamente. — Micael quem comentou. — Não quer subir porque sabe que estou aqui. Está na cara!

— Pode ser. — Laura levantou. — Me ajuda lá com a fechadura amor? Aquele troço está horrível.

— Ajudo sim, vamos. — Deixaram Micael á mesa terminando seu café.

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Encontraram Sophia na mira de um revólver, muito bem escondido. Um homem alto e forte, com cara de ruim estava atrás dela. Não era possível que aquilo estava acontecendo em plena luz do dia e ninguém estava vendo.

— Abre essa espelunca. — Um segundo capanga ordenou. Sophia apenas chorava, apavorada.

— Vamos de uma vez, está esperando eu atirar na mocinha aqui? — O homem armado disse com um tom cruel.

— Não. — Arthur respondeu com as mãos ao alto. — Vou pegar a chave no bolso. — Avisou aos bandidos e então abriu a pequena entrada pra funcionários.

— Entrem! — O bandido alto ordenou. Laura e Arthur entraram de mãos dadas. Atrás deles, Sophia, ainda na mira da arma e três assaltantes entraram. — É o seguinte, sentem aqui no chão, os três. — Empurrou a loira pra Arthur que a teve nos braços apertando num abraço. — Sentem! — Gritou.

— Estiquem o braço pra frente. — O terceiro e mais franzino dos bandidos ordenou e então passou fita adesiva, juntando os braços. Um pequeno pedaço foi colado em suas bocas. — Se ficarem quietos e colaborarem, tudo acaba muito rápido e ninguém se machuca! — Os três assentiram, já que não podiam falar.

— Quero saber onde você guarda o dinheiro! — O líder perguntou e só então, depois de obter silêncio, percebeu que o capanga tinha tapado a boca dos reféns. — Caralho, mosquito, você é burro demais! — Reclamou e puxou a fita de uma vez. — Fala marmanjo onde está?!

Aquela NoiteWhere stories live. Discover now