É assim que termina?

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— Oi, Sophia. — Augusto tinha a voz séria. — Desculpe, eu não pude atender antes. — Aquela altura, Augusto estava em casa, sozinho, fazendo um lanche. Pouco mais de uma hora do encontro que teve com Micael.

— O que foi que aconteceu na comemoração do seu aniversário ontem?! — Sophia estava parada diante da porta arrombada de Micael. Fitas de interdição policial estavam coladas, impedindo que entrasse. — Cadê o Micael?

— Preciso que você se acalme. — Ele mordeu seu sanduíche, ainda em pé na cozinha. — O assunto é sério demais, não é nem legal ser tratado por ligação.

— Augusto, eu preciso de notícias do Micael! — Andava de um lado pro outro, angustiada. — Não me enrola e fala a verdade de uma vez. Estou na frente do apartamento dele, a porta foi colocada abaixo e tem uma fita de interdição aqui. É uma cena de crime!

— Sophia, consegue vir aqui? — A voz baixa e calma dele a deixava ainda mais irritada. — Ou se preferir eu vou até a sua casa.

— EU NÃO ESTOU EM CASA! — Gritou, de saco cheio. — Augusto...

— Vem, Soph. — Manteve o tom de voz. — Estou te aguardando. — Encerrou a ligação para que ela não tivesse mais como reclamar e fosse logo.

A loira suspirou e então saiu do prédio do namorado rumo ao de Augusto, tinha medo de saber o que aconteceu, mas precisava ficar a par. Será que Micael estava no hospital? Será que tinha se machucado? Eram as coisas que passavam por sua cabeça.

Fez sinal para um táxi que passava por ali e logo chegou ao apê do melhor amigo de Micael. Interfonou e não demorou a subir, estava ansiosa e preocupada.

— Fala! — Exigiu assim que a porta foi aberta, entrou sem o menos ser convidada. — Que merda aconteceu na sua comemoração?!

— Senta. — Apontou pro sofá. — Vou te dar uma água com açúcar.

— Eu não quero essa porcaria! Para de enrolar, eu preciso de notícias! — Augusto suspirou e então disse as palavras que fizeram com que a loira desabasse.

— Micael foi preso hoje de manhã. — Ela levou a mão ao peito se lembrando do pressentimento ruim da noite passada. — Acusado de estupro, lesão corporal e cárcere privado.

— ESTUPRO? — Deu um grito. — Não, não, não! Ele nunca faria isso, não importa o quão bêbado estivesse. Qual é, Augusto?! Você sabe disso!

— Eu sei! — Disse alarmado. — Eu fui atrás de um advogado e levei até a delegacia, na hora que você ligou eu estava com ele.

— E não me deixou falar? — Novamente andava de um lado pro outro. — Como você não me deixou falar com ele?

— Sophia, ele está preso, não pode falar ao telefone! — Estalou os dedos. — A polícia pegou ele em flagrante com a moça.

— Isso não pode estar acontecendo, eu duvido que aconteceu, o Micael não me trairia, muito menos forçando alguém!

— Eu acredito nele, acredito que não estuprou ninguém, mas Sophia, ele foi preso nu. — Sophia arregalou os olhos. — Fui eu que levei uma muda de roupas! Eu sinto muito te falar, mas essa traição deve ter acontecido.

— Não é possível! — Negou muitas vezes com a cabeça. — Me fala qual é a delegacia?!

— Ele pediu pra eu não deixar você ir lá. — Ela bufou e colocou as mãos na cintura. — Eu avisei a ele que não ia conseguir impedir se você estivesse determinada.

— Essa conversa tem que acontecer, eu preciso entender. — Fungou. — Qual é a delegacia?!

— É a 16ª. — Contou. — Será que eu posso pelo menos te acompanhar até lá? Prometi cuidar de você enquanto ele não se livra dessa bagunça, acho que deixar você sozinha numa delegacia não é bem cuidar.

Aquela NoiteWo Geschichten leben. Entdecke jetzt