Fofoquinha

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— Oi, gatinho! — Raquel estava parada no balcão do restaurante de Arthur.

Duas semanas haviam se passado desde a fatídica noite em que Micael descobriu que Augusto traía Sophia. Evitou contato com os dois, não iria se meter naquilo.

— Oi, gatinha. — Sorriu e lhe deu um selinho. — Eu sinto muito dizer que você chegou aqui na pior hora possível, não posso te dar atenção.

— Eu sei, vim almoçar mesmo. — Sorriu. — Enquanto vejo a sua linda bunda andando de um lado pro outro.

— Você veio aqui olhar a minha bunda? — Ergueu uma sobrancelha. — Assédio!

— Eu vou ter que pagar o preço, não resisto a olhar você. — Os dois deram risadas. Outro breve beijo aconteceu, mas foi interrompido por Sophia.

A loira chegou perto dos dois e pigarreou. Tinha os braços cruzados em cima da barriga redonda como se Micael lhe devesse alguma satisfação.

— Oi, o que veio fazer aqui? — Disse surpreso. — Laura não está!

— Estava sozinha em casa e com preguiça de cozinhar, vim almoçar. — Disse com naturalidade. — Mas me parece que está bem cheio aqui.

— Tem apenas uma mesa disponível. — Apontou pra trás. — As duas chegaram no horário que mais tem movimento aqui. A propósito, Raquel, essa é Sophia.

— Sophia, a sua ex? — A loira ficou feliz que já havia sido mencionada.

— Sim. — Fingiu simpatia e estendeu a mão. — Prazer!

— É todo meu. — Dava pra ver de longe o desconforto de Raquel mediante aquela situação. A morena não fez questão de apertar a mão de Sophia, que a recolheu um tanto sem graça.

— Sentem ali, que eu já volto pra pegar o pedido de vocês. — Lhes estendeu dois cardápios. — Comportem-se. — Deu um selinho em Raquel e saiu de perto, indo atender a mesa que tinha chamado.

— E então, como anda o namoro? — Sophia puxou assunto enquanto olhava o cardápio.

— Não acho que isso seja da sua conta. — Foi grossa mais uma vez pra ver se a loira se tocava, mas Sophia apenas deu risada. — Não é porque estamos na mesma mesa, que somos amigas e que temos que conversar.

— Por que está me tratando dessa forma tão hostil? — Se fez de ofendida. — Acabamos de nos conhecer.

— Porque quando eu conheci o Mica, soube de toda história de merda que envolvia vocês dois. — Sophia continuava com um meio sorriso no rosto. — Inclusive foi ridículo da sua parte se envolver com o melhor amigo do seu namorado enquanto ele foi fazer uma viagem pra cuidar da mãe doente!

— Ele foi fazer o quê? — Soltou uma risada muito debochada e fez a mulher a sua frente ficar com ainda mais ódio. — Foi isso que ele te disse?! Que foi cuidar da mãe?

— Você não vai colocar caraminholas na minha cabeça. Eu já sei que você não presta!

— Seu namorado não viajaria pra cuidar da mãe nem se ela estivesse no leito de morte. — Apoiou os cotovelos na mesa, e a cabeça nas mãos, era difícil tirar o sorriso de deboche no rosto. — Ele não tem a menor paciência com os pais, evita os dois a todo custo, essa desculpa foi ridícula.

— Tá legal, o que ele estava fazendo então? — Largou o cardápio, cruzou os braços e se recostou na cadeira. — Vamos lá, fale o que realmente aconteceu.

— Ele estava preso. — Sabia que Micael teria raiva dela, mas naquele momento, nada poderia ser mais saboroso do que dizer a verdade aquela mulher. — Por estupro.

Aquela NoiteWhere stories live. Discover now