Inveja desde sempre

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— Quem é vivo sempre aparece. — Micael estava diante do mesmo delegado, só que claramente em outra delegacia. — Eu deixei a delegacia da mulher e ainda assim você deu um jeito de me encontrar, não é? 

— Surpreendente é depois de todo esse tempo você ainda lembrar da minha cara. — Disse desanimado. — Eu não fiz nada!

— Assim como da outra vez, não é? — Ergueu uma sobrancelha. — Você chegou aqui dizendo que não sabia de nada, que era inocente, três dias depois assumiu culpa, sendo assim, deixarei você refrescar a sua memória na cela. 

— Eu não acredito nesse pesadelo de novo. — Resmungou. — Na próxima vez que você me ver, vai ser porque eu matei aquele desgraçado.  

— Ameaça? — O delegado sorriu de lado.  — Se me disser o nome do ameaçado eu posso conseguir que ele faça uma denúncia e aumentar um pouco mais sua pena. 

— Não falarei mais nada, somente em juízo. — Deu a palavra final e foi levado pra cela, onde ficou pensando em como estaria Sophia e Levi. 

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 Sophia ligou pra amiga e conseguiu o telefone de Raquel, falando somente o mínimo. Não tinha a menor cabeça pra contar tudo a ela, não naquele momento. 

A loira passou o telefone ao sogro que não demorou a entrar em contato querendo saber de Caroline. O advogado especializado em causa familiar chegou na residência junto com Rosa e Cláudio. O criminalista foi direto até a delegacia saber de Micael. 

— O que é tão urgente? — Rosa entrou e encontrou a amiga sentada no sofá, ao lado de Sophia. — Você parecia tão desesperada.  

— Eu preciso que vocês sentem, a história é bem longa. — Luiz vinha descendo as escadas quando viu os amigos sentando no sofá. — Obrigada por ter vindo tão rápido, Vinícius.

— Sempre a disposição, senhora Borges. — Sentou-se também.

— O que faz aqui, filha?! — Rosa perguntou a Sophia. — Onde está meu netinho?!

— Rosa, você falou com Augusto?

— Hoje pela manhã. — Franziu a testa sem entender. — Ele me disse que estava tudo bem com vocês, que não estavam recebendo visitas ainda por falta de vacina no Levi.

— Eu saí de casa ontem á noite. — Contou e deixou os ex-sogros perplexos. — Hoje ele veio aqui e levou meu filho.

— Mas o que é isso! — Arregalou os olhos. — O que aconteceu? Meu filho nunca tomaria um filho da mãe, mesmo sendo filho dele. Ele não é um monstro.

— Levi é filho do Micael. — Confessou, aquela altura pouco envergonhada com a traição. — Por isso que não recebemos ninguém em casa, porque o garoto é a cara do Mica.

— Eu acho que vou passar mal. — Começou a se abanar. — Que história é essa?

— Rosa, minha amiga! — Solange chamou e a mulher se virou pra ela. — Vamos fazer grandes revelações aqui agora.

— Maiores do que essa mulherzinha aqui ter traído o meu bebê?

— Muito maior. — Luiz completou e então começou a contar toda história.

Rosa e Cláudio não queriam muito acreditar naquela história tosca, mas confiavam demais nos amigos de longa data para desconfiarem de sua palavra assim.

— Meu Augusto não faria isso tudo com o Micael. Eles são amigos! — Rosa tinha a mão no peito. — Deve ter algum equívoco.

— Seu filho é louco, ele tem algum distúrbio neurológico, não é possível que é normal. — Sophia acusou. — E levou meu filho! Eu não sei bem o que ele é capaz de fazer com meu bebê.

Aquela NoiteWhere stories live. Discover now