Estúdio

160 25 19
                                    

"Não iria existir felicidade sem tristeza." - Uma vez Gun ouviu isso de sua irmã, e o menor não havia entendido o significado na época em que escutou, mas isso havia mudado. Para dar valor a felicidade era necessário que ele conhecesse a tristeza, e Atthaphan a conhecia como ninguém.

Mas naquela noite, ele conheceu a felicidade. Conheceu seu sabor, o seu calor e como ela preenchia a alma até que transborda-se. Gun já tinha se esquecido da sensação de ser beijado e tocado. Mas nunca havia sequer provado a sensação de fazer isso com alguém que realmente estivesse apaixonado por ele, e as palavras que foram recitadas com tanta firmeza no alto de um prédio pareciam fazer parte de um sonho muito bom.

Naquela noite Phunsawat adormeceu nos braços de um homem, o primeiro que lhe trazia segurança. Seu rosto afogou-se no pescoço alheio, enquanto suas costas eram acariciadas por uma mão firme.

Quando seus olhos voltaram a se abrir na manhã seguinte, eles descansaram no homem adormecido e próximo. Seus dedos tocaram a bochecha de Jumpol enquanto o observava dormir, na esperança de confirmar que aquilo era real e não só uma pré psicose devido a um intenso desejo encarcerado.

Aos poucos Off também acordou, e dessa vez Gun não desviou o olhar ou se sentiu envergonhado por ter sido pego no flagra.

— Bom dia, Phi.

Adulkittiporn ficou em silêncio, seus olhos quase fechados e suas bochechas inchadas deixavam claro que ele sequer havia acordado realmente. Mas quando pode raciocinar com mais clareza seus lábios se curvaram em um sorriso;

— Bom dia, Lek.

— Você tem que abrir o estúdio hoje não tem? - Perguntou como quem esperava que a resposta fosse não.

— E você tem que ir para a faculdade não tem?

— Tenho?

Jumpol riu, colocando-se por cima de Gun e roubando um beijo de sua bochecha.

— Vai se arrumar.

— Vai ter ido embora quando eu sair do chuveiro?

— É provável. - Jumpol se levantou, espreguiçando-se; - Você poderia passar no estúdio no fim da tarde, como fez da última vez.

— Por que eu iria? - Provocou.

— Temos um desenho para terminar.

— Você borrou ele.

— Você me fez borrar.

— Eu fiz? - Fingiu ignorância, recebendo um riso cínico de Jumpol.

— Por favor, me faça essa visita.

— Vou pensar com carinho no seu caso.

— Muito carinho?

— Muito carinho.

Os dois sorriram um para o outro e Off saiu do quarto, deixando um Gun sob as nuvens sozinho. Minutos depois, enquanto o menor saia do banho ele escutou a porta fechar. Depois de pronto foi até a cozinha, e seus olhos pousaram sob o balcão; Jumpol havia passado café e preparado frutas picadas para Atthaphan antes de sair.

— Você joga tão baixo... - Sussurrou enquanto levava o morango até a boca.

Durante a simulação de antropologia forense no campus da faculdade, Tawan ousou comentar algo que martelava sua cabeça desde o início da manhã;

— Amigo, você está procurando vestígios de um crime. Esse sorriso no seu rosto me leva a crer que você é foi o assassino.

Uma risada calma saiu por entre os lábios de Phunsawat, que tentava encaixar a estrutura do corpo humano com os ossos que havia encontrado minutos antes.

Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt