Decidido

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Jumpol encontrava-se na cozinha lavando os pratos deixados na mesa enquanto Pimwalee os secava. Gun não estava com ele, o rapaz havia ido ao banheiro.

— P'Gun já te contou as coisas que falamos da mesa ao que imagino.

Off continuou esfregando a travessa, e olhou para a mulher de relance, apenas confirmando com a cabeça.

— Sabe sobre o pai dele?

— Sei.

— Ele consegue se soltar com você?

Jumpol a encarou confuso e ela tentou se expressar melhor.

— Não quero saber sobre suas intimidades. Só estou preocupada, queria saber se... ele está confortável? Vocês estão confortáveis?

— Ele está se esforçando para permitir que as coisas entre nós dois aconteçam. Se esforçando para não misturar o passado no presente.

— E está conseguindo?

— Ele está indo muito bem.

— E como você se sente?

— Seu irmão me faz muito feliz. Tendo ou não o passado que teve, ele nunca usou isso como desculpa para não tentar. Vejo o esforço, e como ele me quer por perto, consigo ver o quanto ele se esforça para ser uma boa companhia com ou sem seus traumas. É óbvio que nós dividimos as coisas quando estamos para baixo, óbvio que temos restrições devido aos acontecimentos com o progenitor dele. Mas eu consigo ver que tudo que ele me fala é com o máximo de cuidado para que não afete nossa relação.

Pimwalee ficou em silêncio, sendo apenas uma boa ouvinte que sabia identificar quando uma pessoa desejava falar mais.

— Eu acho que ele me escolheu muito antes de eu perceber. Acho que me escolheu a partir do momento em que perguntou se eu estava pronto para enfrentar as partes ruins que vinham com a nossa amizade. Nós não nos conhecemos em um momento fácil pra mim, mas ele foi extremamente compreensivo.

— A forma que você fala, realmente parece estar apaixonado por ele.

— Eu estou, e talvez bem mais do que eu mesmo imagine.

— Não tem medo de descobrir algo que não gostaria?

— Eu acho que mesmo parcialmente, ele já me contou tudo que eu preciso saber. E se eu vier a descobrir mais, por mais difícil que seja eu vou ficar. Vou ficar como ele ficou, não tenho medo.

— Acredito que ele já tenha mostrado as cicatrizes. - Comentou, se apoiando na bancada.

— Ele mostrou.

— Foi fácil ver? Pra mim sempre doeu.

— Não foi fácil. Mas somos duas pessoas cheias de cicatrizes, isso apenas faz dele mais admirável, amável, perseverante, lindo.

Pim sorriu, inclinando a cabeça para o lado:
— Vocês já tiveram alguma briga?

— Tivemos breves discussões que sempre foram rapidamente resolvidas com diálogo. Gun nunca permitiu que se tornasse uma briga, e nunca deixou para resolver depois o que podia resolver imediatamente

— Acredito que nem ele saiba a quantidade de qualidades que você vê nele. Eu tinha receio, mas confio que ele conheceu uma boa pessoa.

Off suspirou em alívio e sorriu, voltando ao que fazia antes.

— Quando ele se assumiu, você reagiu bem?

— Na verdade eu sabia bem antes dele se assumir. Meu irmão repudiava contato físico, não gostava de beijos, de abraço, odiava que fizessem carinho no seu cabelo, apenas a ideia de fazer sexo para ele era um terror. - Ele fez uma pausa antes de continuar, voltar ao passado também não era fácil para aquela mulher - Bom, você imagina o motivo.

Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun Onde histórias criam vida. Descubra agora