A justiça - Parte I

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Era cedo, por volta das cinco horas. Gun Atthaphan estava inquieto, caminhando de um lado para o outro encarando o edifício antigo.
Off Jumpol não sabia como acalma-lo, e os amigos que estavam com ele também não.

— Consigo sentir o nervosismo dele daqui. - Tawan comentou, enquanto acatava a ajuda de Arm para arrumar sua gravata mal laçada.

— Eu também estaria no lugar dele, você não? - O artista rebateu.

— Eu estou nervoso por ele. E como você está, Off?

O homem que antes observava fixamente seu acompanhante roer as unhas se virou para o casal.

— Estou tão ansioso quanto ele, mas não acho que demonstrar isso vai ajudar em alguma coisa.

— Quando o seu pai chega?

— Ele desembarcou a vinte minutos, acredito que apareça aqui uma hora antes do julgamento.

— Nossa isso tudo passou tão rápido. Duas semanas, passaram voando... da pra acreditar que temos mais uma única semana até acabar o mês?

— Eu nem tive tempo de pensar nisso. Para mim... - Ele voltou a olhar para Gun - E para ele, parece que os dias passaram com lentidão. Cada dia era um tipo de ansiedade diferente, faz duas semanas que não temos um sono descente.

— Conseguiram dormir essa noite?

— Definitivamente não.

— Bom, depois de hoje vamos esperar para que vocês consigam retomar a vida. Sem mais empecilhos para os dois que desculpa terão para enrolar mais, não é?

— Tem que dar certo.

— Está confiante quanto a Pravat? - Arm entrou na conversa.

— Eu acho que já faz alguns anos desde que meu pai perdeu algum caso. Mesmo assim, o processo de Gun não é fácil, eu não sei o que pode acontecer lá dentro.

— Seu pai parece ter se empenhado bastante com o que vai apresentar hoje.

— Ele colocou ferramentas nas mãos de todas as testemunhas.

— Aliás, os resultados dos exames de sangue saíram hoje, não é?

— Uhum.

— E então?

— Para nós apenas serviu para ver se Gun não contraiu nenhuma doença com os abusos.

— E está tudo bem com ele?

— Hnm. - Acenou - Devido ao histórico do pai dele a perícia acreditou fielmente que ele poderia ter tido  relações forçadas com outras pessoas. Mas se aquele filha da puta fez isso ou não, já é tarde para descobrir, os resultados não derem qualquer indício.

— Papi, ele está demorando muito. - O menor choramingou ao seu parceiro que segurou sua mão, acariciando-a.

— Ele saiu a pouco tempo do aeroporto, meu pequeno. Espere só mais alguns minutos.

Gun respirou fundo e encarou a sacola que segurava, guardando todos os presentes que sua mãe lhe mandou e ele não jogou no lixo. Todos com cartas maliciosas de extrema maldade, era doloroso apenas encarar aquilo.

— Depois disso vou jogar tudo no fogo.

— E que a poeira sufoque quem te machucou. - Amaldiçoou.

— Estou com tanto medo, eu acho que nunca vivi sem temer alguma coisa. Isso é triste, não é?

— As coisas vão melhorar, pequeno. Eu prometo. - Ele deixou um beijo na testa do menor, que suspirou.

Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun Where stories live. Discover now