Motel

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— O que estamos fazendo um um lugar assim?

Encostado na parede cravejada por pedras pretas, Off questionava receoso. Ele estava com medo de Gun querer ir longe por conta da viagem e todas as suas teorias do que poderia acontecer por lá.

— Vamos entrar, eu converso com você lá dentro. - Atthaphan segurou a mão de Jumpol e o arrastou para a entrada. Na recepção pagou pela pernoite e recolheu a chave, Off permaneceu confuso sem saber o que dizer.

Quando entrou no quarto seus olhos arregalaram-se. É óbvio que ele já esteve em motéis, mas nunca um tão luxuoso; Irin não era do tipo que se importava onde, e nunca aceitou gastar tanto em algo assim.

A luz azulada destacava a cama vermelha arredondada no centro do quarto, a sua frente um pole dance e mais afastado uma divisão de cascata que levava a uma hidromassagem a céu aberto, com vista ampla para a beleza noturna da cidade.

Phunsawat fechou a porta e se aproximou do maior, que se virou para encara-lo.

— Vai responder a minha pergunta? - Off questionou.

— O enigma primeiro. - Murmurou com um sorriso, enquanto escorregava suas mãos pela jaqueta de couro.

— Pensarei em ti, gratidão e paixão que nunca morre. Isso tem haver com a minha viagem não é? Está me agradecendo, e dizendo que não vai deixar de pensar em mim enquanto eu estiver lá.

Gun acenou, e tocou com uma mão a bochecha macia e quente de Jumpol, enquanto acariciava com o polegar.

— Estou dizendo que vou sentir a sua falta. Que sou grato por você ter me ajudado a deixar parte do meu passado traumático para trás. Por ter cuidado de mim enquanto eu tinha pesadelos, por tratar meu corpo como algo sagrado, por ter colocado a minha mãe na linha, por ter sido o homem por quem me permiti desejar. Eu nunca vou me esquecer de nada disso, mesmo que você volte daquela viagem decidido a sermos só amigos. Obrigado, P'Off.

— Parece que você está se despedindo. Mas eu vou voltar, Gun. Eu fiz uma promessa não fiz? Vamos para Chiang Mai juntos. - Off virou o rosto para beijar a mão que o tocava, e sorriu como um pequeno anjo. Seus olhos brilharam novamente quando ele voltou a encara-lo, olhos lindos e fofos, dando o contraste perfeito para a beleza exorbitante e afrodisíaco que Jumpol carregava consigo. - Eu nunca me imaginei em uma relação assim. Nunca me vi fora do meu antigo relacionamento. Nunca me imaginei aos pés de um sentimento tão bom ao lado de um homem que porra... é lindo pra caralho. Eu também sou grato pelo que me tornei com a sua ajuda.

Havia algo diferente naquele olhar. Não era o mesmo que Jumpol dava a um mês atrás, parecia mais profundo, menos perto da combustão e mais próximo da submissão. Gun gostava daquele olhar que ainda não conhecia, se sentia abraçado por ele.

— Eu queria ir com você.

— Seria bom viajar com você. Mas o que vai acontecer lá... eu não quero que você se sinta responsável por comprar as minhas brigas. Além disso, você tem um semestre para concluir.

— Eu queria comprar essa briga.

— Sou eu quem precisa resolve-la. Prometo melhorar quando eu estiver de volta.

— Tem como melhorar?

Adulkittiporn riu, mas a curiosidade o abateu novamente.

— Você vai me responder o que estamos fazendo aqui agora?

— Certo. Eu quero aproveitar essa noite com você, usufruir do que temos direito por aqui.

— De tudo?

— Você parece preocupado.

— Eu sinto muito. Não quero parecer malicioso, mas... esse lugar. Você não me trouxe aqui para isso não é?

Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun Where stories live. Discover now