Noite mal dormida

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"Não vamos atrapalhar seus colegas de quarto?" - A risada sutil e rouca de alguém que tão pouco tinha voz após tanto chorar pincelou a audição de Gun, que sorriu confortavelmente.

Era irônico pensar que a minutos atrás seu peito dóia e ele sentia uma vontade imensa de chorar, tendo que lutar contra ela afim de não piorar as coisas. Era difícil estar tão longe, Atthaphan não fazia ideia do quanto até aquela noite, a agora que tinha Off Jumpol sã novamente, não queria deixa-lo sozinho mais uma vez.

— Não vamos incomodar eles. - Gun mostrou seu fone bluetooth para Jumpol que sorriu acenando: - Conversaremos baixinho. - A câmera já não apontava mais para o céu, agora ela estava virada para o rosto iluminado pela noite, de Phunsawat.

"Tudo bem, então eu fico." - O sorriso de Jumpol permanecia fraco, ainda havia tristeza naquele olhar, o menor continuava a procurar formas de distrai-lo, mesmo querendo detalhes sobre tudo que aconteceu.

— Papi.

"Hnm?"

— Você se lembra da música que cantamos no carro na primeira vez que saímos juntos?

"Counting stars, eu me lembro dela. Você cantou muito bem."

Gun riu — Não exagera.

"Estou sendo sincero. Estávamos em um assunto tão delicado, você me contou sobre um trauma que... não é fácil, dói. E mesmo depois de dizer tudo aquilo, você ainda teve ânimo para aumentar o som e cantar aquela música com força, enquanto sorria de ponta a ponta. Foi lindo, não seria exagero se eu dissesse que me deixou genuinamente feliz."

— Me ouvir cantar te deixa feliz?

"Uhum."

— Então se eu cantar pra você agora, você vai ficar feliz?

"Você faria isso por mim?"

— Oh, eu dancei em um pole dance por você. O que você acha?

"Você é o sonho de qualquer um."

— Sou o seu também?

"O que você acha?"

— Então me peça para ser seu. - Gun disse isso em um tom irônico, sempre afim de enfatizar que tudo referente ao relacionamento deles não passava de uma ligeira brincadeira provocativa. Mas estava se tornando repetitivo na narrativa do homenzinho saber o quão real eram suas próprias intenções.

"Me espere voltar, e eu peço de joelhos."

— ... - Phunsawat arregalou os olhos, mas quando voltou de seu sonho lúcido, pigarreou - Engraçado.

"Ainda estou triste, você vai cantar pra mim ou não?"

— Qual música você quer que eu cante?

"Enchanted."

— Você não podia escolher uma música em tailandês não é?

"Eu gosto de ouvir o seu inglês arranhado."

— Idiota. - O menor riu com timidez enquanto ouvia o som do mar. - Certo, eu vou precisar pesquisar a letra. - Ele diminuiu a tela da chamada e pesquisou o que precisava, e enquanto lia em silêncio se perguntou se Jumpol não havia escolhido aquela música a dedo.

Ele começou a cantar com o ritmo do qual se lembrava, por vezes não conseguia conter a si mesmo e começava a rir com seu próprio inglês desafinado, mas no final valia a pena graças a outra risada genuína do outro lado da linha.

Então chegou a última estrofe:

— I was enchanted to meet you... - Antes de terminar ele parou, respirou fundo e prosseguiu: - Por favor, não esteja apaixonado por outra pessoa. - A última frase não teve ritmo, e foi recitada em tailandês.

Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun Where stories live. Discover now