Alguns finais

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Um silêncio confortável foi o que predominou depois daquela frase. Jumpol pôde enfim respirar de verdade depois de anos prendendo o próprio fôlego, ele não queria contar vitória tão cedo mas desejava profundamente voltar para Bangkok o quanto antes. - "Não havia nada para ele em Songkhla"

Isso ficou nítido ontem, Nan pediu para que ele ligasse depois das 19:00, quando provavelmente já teria voltado pra casa. Mesmo assim, quando Off não o fez, ele não se importou de ir atrás, diferente de Arm e Gun.

Adulkittiporn cresceu aqui, passou sua infância, adolescência e parte da vida adulta com uma família que não o queria e amigos aos quais nunca pôde confiar. Ele não poderia dizer que foram vinte anos jogados no lixo no entanto, levando em conta de quê: se ele não tivesse construído o que construiu aqui ele jamais sairia da cidade, jamais trabalharia ao lado de Arm e jamais conheceria a pessoa que amava de verdade. Mas não deixava de ser cruel pensar sobre isso.

— Khun Jumpol está bem? Parece perdido em pensamentos ruins.

— Estou bem, P'Moon, obrigado. - Ele sorriu para a empregada que sorriu para ele de volta enquanto lavava a louça. Off a observou enquanto tomava seu café amargo.

Ele queria fumar, mas seu cigarro havia chegado ao fim. Assim como sua sanidade, tomar café parecia piorar as coisas.

— O Juizado de menores está brincando comigo. - Seu pai entrou na cozinha bufando atrás de uma xícara, parecia mal humorado, o que provavelmente estragaria os planos de Off para aquela tarde.

— O que aconteceu?

— Sabe porquê eu virei advogado, Jumpol?

— Para ser chamado de doutor por onde quer que fosse?

— Engraçado, pare de esconder suas vida amargurada atrás de sarcasmo.

— Eu me pareço com quem?

— Cale a boca. Olha, eu fiz direito civil e me especializei na área da família para ajudar essas pobres crianças injustiçadas que crescem em um lar de merda a ter uma vida digna antes dos dezoito anos. Mas esse sistema... é complicado prender uma mãe, sempre foi, ainda mais uma mãe rica. Essa mulher deve estar a um passo de comprar o juíz.

— Acha que vai perder o caso?

— O quê? Isso? - Ele riu - Ah não, com certeza não. Mas eu não queria ter que espancar a minha cabeça para deixar o juíz em um beco sem saída dentro de um caso tão simples.

— Bom, se você tem certeza de que vai conseguir não ferva atoa. Você pode comprar ele também no último caso.

— Ha.Ha' engraçado.

— Pai.

— O quê?

— Vai estar aqui hoje a tarde?

— Sim, é meu dia de folga.

— Podemos conversar então?

— Tenho que esperar até a tarde? Você não pode abrir a boca e falar agora?

— Na verdade eu estava planejando ir no estúdio agora. Mas já que você está com pressa...

— O que quer fazer no estúdio?

— Falar com o Folk.

— Seu sócio? Aconteceu alguma coisa? - Seu pai tinha interesse em seu negócio apesar de odiar a ideia de levar isso pra frente. Diferente de sua mãe, o homem apoiava o que faria Jumpol feliz. Ele nasceu em berço de ouro, não precisava seguir a linha de seus pais, contanto que mante-se o sobrenome da família intacto estava tudo bem para seu progenitor.

Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun Where stories live. Discover now