Quando nos Vênus

150 23 47
                                    

Silêncio absoluto, passos macios. Som de tranca, madeira batendo. Um homem sozinho em uma casa silenciosa, o braço sangrando devido a um arranhão, e a boca ardendo graças a uma mordida.

Lágrimas escorriam como queda d'água em dia de tempestade. Celular no silencioso, mensagens e ligações ignoradas.

Jumpol sabia que estava sozinho, não havia pais ou empregada em casa. Então ele apenas se sentou, escorregando contra a parede, deixou mais lágrimas caírem e gritou com força, força o suficiente para banir todos os demônios que rondavam sua alma fraca. - Fraco; em sua última conversa com Irin ele permitiu que ela o ferisse novamente, ela ganhou exatamente o que queria. Mas é ele? Ele ganhou o que queria?

Perguntando-se sobre isso, o homem virou a cabeça para encarar seu celular solto no chão. - Estava acabado, ele podia ter o que queria, poderia dar o que outro alguém merecia.

Foi quando se levantou e caminhou até seu quarto. Entrou no chuveiro e lavou o arranhão em seu braço, observou o sangue escorrer: "Isso vai deixar uma cicatriz feia" - Suspirou enquanto pensava. Terminou de se limpar e saiu, ainda com a toalha enrolada na cintura, Jumpol curvou-se rente a pia e olhou seu reflexo no espelho. Olhos e boca inchados, ao redor deles havia vermelhidão. O olhar de Jumpol caíram sobre a ferida em seu lábio inferior, imediatamente ele franziu o cenho.

"Você vai acreditar em mim, Gun?" - Se perguntou tristemente, alcançando a pomada de cicatrização e aplicando nas regiões machucadas. Seus olhos deslizaram até seu próprio peitoral, haviam algumas marcas roxas ali, mas quanto a elas tudo bem, logo sumiria. Sua preocupação maior estava na ferida em sua boca, preocupado com o que Atthaphan pensaria.

Adulkittiporn cresceu ouvindo que tudo era a sua culpa. Nunca houve alguém que realmente quisesse ouvir o seu lado, o lado frágil de alguém que nunca foi considerado assim. Ele caminhou até sua própria cama enquanto prosseguia com seus questionamentos, se deitou e cobriu o rosto, efregando-o.

Foi quando tomou coragem após alguns minutos de recolher seu celular. Encontrando algumas chamadas perdidas de Arm, e algumas de Gun feitas a meia hora atrás. A mais recente era de Chansook, portanto foi ela a qual Off atendeu primeiro.

"Off!"

— O que aconteceu?

"O que aconteceu? Eu é quem deveria ter perguntado isso. Certo, quando você diz que vai conversar com a sua ex maluca e pretende voltar em tal horário, se passam duas horas do combinado e você permanece ignorando todas as mensagens... porra."

— Fofa a sua preocupação. - Jumpol não tinha ânimo no tom de voz, ele estava exausto.

"A minha preocupação? Você não viu a do Gun."

— Como ele está?

"Você quer falar com ele?"

— Ele está com você? - Jumpol ficou confuso.

"Certo, ele me ligou e eu não atendi. Estava no modo silencioso, então ele veio até mim para me perguntar diretamente se eu sabia o que tinha acontecido com você."

Off sentiu-se mais culpado, Gun realmente teve medo. Talvez ele visse Irin como uma pessoa capaz de tirar a vida de alguém, ou encaminha-la para o hospital.

— Eu quero falar falar com ele.

"Certo. Gun! O Jumpol atendeu, eu..."

"Papi!" - A voz afobada alarmou ao seu ouvido, ele roubou o celular de Arm antes que o mais velho sequer oferecesse.

— Lek, me desculpa não ter retornado mais cedo.

"Foda-se isso, como você está?"

— ... Bem, eu estou bem. - A voz rouca de Jumpol mostrava o quanto ele não estava sendo sincero, e Atthaphan percebeu.

Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun Onde histórias criam vida. Descubra agora