Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun

Seu por uma noite

O dia estava ensolarado, mas o coração de Tawan permanecia nublado. Ele estava apoiado no balcão pensando nas palavras duras de Arm sobre seu relacionamento com seu pai, mas não demorou para que sua mente fosse tirada dos eixos pelo homem que passou pela porta, para a sua surpresa não era Arm e nem Gun.

— Off? - Sua sobrancelha estava arqueada, mas o olhar de Jumpol parecia remeter a alívio.

— Ufa, então é aqui mesmo.

— Olha, eu posso estar enganado... mas esse não é o seu tipo de loja é?

Jumpol riu e caminhou até o balcão. Haviam alguns clientes naquele dia, que observaram Off curiosos; é inegável que ele era realmente uma figura que chamava a atenção.

— Mais ou menos. - Ele deu de ombros - Mas eu vim entregar isso. - Ele depositou uma pequena pasta preta sob o balcão - Arm pediu pra mim, porque não vai conseguir vir hoje.

— Ah... - Tawan sentiu-se envergonhado por saber que Jumpol estava ciente das visitas frequentes de seu melhor amigo a sua loja. - Bom, tudo bem, eu... obrigado.

Off sorriu novamente, parecia achar graça da situação:
— Não se preocupe, ele não me deu detalhes sobre nada.

— Eu imagino que não. Arm não é como Gun.

— Ei, o que quer dizer com isso?

— Assustei você? - Ele sorriu, mas parou rapidamente para atender a cliente, que antes de sair lançou um sorriso tímido para Off; - Uh, você faz sucesso. É assim desde sempre?

— Não muda de assunto.

— Certo. - Ele riu - Gun me conta o que sente por você as vezes, e acaba soltando algumas experiências de vez em quando. Não se preocupe, ele nunca me contou nada tão íntimo se é que vocês já fizeram alguma coisa.

— Não fizemos. - Jumpol acenou negativamente.

— E isso não te incomoda? Ficou com outras pessoas nesse meio tempo quase solteiro?

— Isso não me incomoda, a companhia de Gun é o suficiente. E não.

— Por que não?

— Porque eu não sou assim.

— Fala sério, você esteve namorando por quantos anos? Mais de quinze não é? Ela foi a sua única experiência. O que te faz não querer experimentar mais nada? Não é como se você não tivesse opção. - Tay parou novamente para finalizar a compra de dois rapazes e uma mulher, que também pareciam tímidos na presença de Jumpol: - Céus, você tomou um banho de erva afrodisíaca antes de vir pra cá ou estamos em época de acasalamento?

— Eu não quero experimentar mais nada.

— Por quê?

— Porque Gun já é o... - Suficiente; parar para pensar sobre isso mexeu com a cabeça de Jumpol, que como um homem particularmente expressivo, franziu seu cenho.

— Gun já é o...?

— Eu nunca senti atração verdadeiramente romantica por ninguém nesse meio tempo longe da Irin. Só por Gun.

— Romântica? - Tawan riu.

— Qual é a graça?

— Amor romântico não passa de uma alusão carnal. E você acabou de me dizer que Gun é mais do que isso pra você.

— Mas onde isso vai nos levar?

— Você gosta de ler, Jumpol?

— Eu não costumo ter muito tempo, mas sim.