Por você

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Jumpol sempre quis se sentir vivo, por isso era apaixonado pelo caos e pela adrenalina, as quais lhe proporcionava o que ele queria. Por toda a sua vida ele não se importou em colocar a mão no fogo, as vezes nem porque aquilo protegeria outro alguém, mas somente porque o ato de proteger outra pessoa faria sua pele arder.

Off gostava de pessoas caóticas, e se contagiava com o risco que elas corriam, e com a sua participação nessa experiência de quase morte.

Mas ele odiava o caos de Gun, odiava vê-lo sofrer, odiava vê-lo queimar. E odiava a ideia de partir e deixar Phunsawat sozinho, sentia-se presenteado pelo universo quando o tinha por perto, e não queria colocar a sua mão no fogo e correr o risco de ser consumido, assim deixando Atthaphan para trás.

Antes ele morreria por alguém que acreditasse amar, e no seu ponto de vista não havia nada mais bonito que o sacrifício. Agora, ele mataria, não a si mesmo, mas a qualquer um que ameaçasse a segurança de quem ele amava.

Quando ele ouviu a voz trêmula ao celular, pedindo ajuda repetidas vezes, ele prendeu a respiração. Seu cenho franziu-se e sua mão pressionou o aparelho com mais força.

— O que fizeram com você?

"Eu não... eu sinto muito. Não deveria ter ligado eu não sei por que liguei você não deve se preocupar. Tem assuntos para resolver não é? Tudo bem eu só..." - Não houve vírgulas em sua fala, ela estava rápida, apavorada. Algo tinha acontecido e Jumpol estava imerso para descobrir o que era.

— Gun. - Chamou um pouco mais alto, ouvindo um soluço do outro lado da linha, o que apertou ainda mais o seu coração. - Você pode me contar, não pense em mim agora. É a minha vez de acalmar você, por favor, jogue pra fora.

"A minha mãe me ligou. Disse que quer ir em um jantar comigo hoje a noite. E se eu não for ela vai me procurar até me encontrar. Eu... eu estou apavorado, Papi, não sei o que fazer."

— Covarde, filha da puta. - Jumpol pensou em voz alta, ele sabia que já havia saído na mídia que o estúdio Tumcial estaria fechado até o final do mês, graças a viagem de Off. Tomou ciência de que essa deveria ser a razão da mulher ter tomado a frente a ameaçado Phunsawat. - Ela te ameaçou, não foi?

"Ela me odeia, P'Off. Ela me odeia como nunca odiou alguém antes, eu quero que ela me deixe em paz, eu..."

— Eu vou voltar.

"O quê?"

— Vou voltar para Bangkok e por um fim nisso. Pego o vôo da madrugada e pouso de manhã.

"Não, você não pode. Você tem as suas coisas para fazer, faltam mais alguns dias."

— Que se dane o prazo, aquela mulher pensa que sou cachorro que late e não morde, vamos ver quanto tempo isso vai durar.

"Papi, você não precisa voltar por minha causa."

— Mas eu vou. Não tem nada pra mim aqui, mas tem em Bangkok, eu fiz o que eu tinha que fazer. Você precisa de mim agora, e em todas as vezes onde eu precisei de você, você estava lá. E eu sei o quanto você se esforçou para não pegar o avião e vir até Songkhla por todas as vezes em que você me viu chorar.

"... Quando você chega?"

— Antes de você ir para a faculdade, eu te levo e te busco.

"Quer que eu te espere no aeroporto?"

— Eu vou chegar bem tarde, você pode dormir.

"Eu provavelmente vou ficar acordado."

— Você pode fazer um favor pra mim?

Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun Where stories live. Discover now