Chiang Mai

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Agora o tempo parecia correr mais rápido do que ambos desejavam. Jumpol voltou ao trabalho; mas ainda sem atendimentos, já que havia surgido a oportunidade de ir a eventos de arte corporal para expandir os negócios. Era perfeito para que ele não ficasse parado enquanto planejavam a viagem que estava cada vez mais próxima.

Jumpol por vezes saía de perto para atender algumas ligações sem dar explicações a Atthaphan, apenas dizendo que era sobre a viagem, mas essas ligações repentinas deixavam Gun inevitavelmente curioso.

— E então? - Perguntou, observando Off voltar do quarto.

— Agora está tudo bem, finalizei o que precisava.

— Agora é só esperar a viagem?

Agora é só esperar a viagem.

Phunsawat sorriu junto de sua irmã que ouvia ao canto da sala. Ambos estavam na casa dela, fazendo companhia para a bolinha de pelo branca que criou um grande apego ao terceiro homem cujo não compartilhava do sobrenome da família.

— P'Off, você pode vir comigo um minuto? Quero te mostrar uma coisa. - A mulher questionou, colocando Bibi no colo de Gun.

— Tudo bem.

— Vão me deixar sozinho? - O irmão questionou com um beicinho, em tom de brincadeira.

— Você vê a cara dele vinte e quatro horas por dia, vai aguentar ficar um pouquinho longe. - Respondeu esfregando a cabeça de Atthaphan, que deu de ombros enchendo a cadelinha de beijinhos. - Vamos.

Off a seguiu até o quarto e a observou encostar a porta. Confuso ele parou próximo a mesa de cabeceira e a viu se encostar na parede, com os braços cruzados.

— Vai pedir ele em namoro nessa viagem, não vai?

Off arqueou a sobrancelha, ele não esperava o questionamento repentino;

— Nós vamos... resolver muitas coisas nessa viagem.

— Hnm. - Pim caminhou até seu guarda-roupa e tirou de lá uma caixa. Abriu e puxou do fundo um pequeno álbum com capa de couro, estendendo a Jumpol, que o segurou ainda sem entender.

— O que é isso?

— É uma parte de Gun que nem ele mesmo consegue amar. Sabe, P'Off, quando eu te vi pela primeira vez eu fiquei surpresa... até um pouco ranzinza se posso ser sincera.

— Desconfiada. - Resumiu.

— Isso, desconfiada diante da pessoa que dizia gostar do meu irmão. Sabe, como essa pessoa tinha tanta certeza que queria o meu irmão se nem sequer o conhecia de verdade? Ela estaria realmente disposta a lutar por ele como ele merece? Essa pessoa realmente valia o tempo roubado e o coração remendado de P'Gun? - Pimwalee deu de ombros e se sentou na cama - Pode parecer idiota pensamentos como esse, como se eu não acreditasse que alguém poderia amar o meu irmão pelo que ele é. Mas eu passei a minha vida inteira vendo ele ser rejeitado apenas por isso, por ser quem ele é, vi ele se esconder atrás da astrologia, e então a antropologia, livros, filmes, visões irreais do mundo. Tudo isso porque tinha pavor de encarar o real que o destruiu tanto.

— Eu entendo.

— É, eu sei que entende. Você entende o meu irmão mais do que eu mesma, e eu vi isso durante as semanas que se passaram. Se algum dia tive receio de que você estaria disposto a lutar pelo meu irmão, mesmo que isso significasse sofrer com ele, ele se foi completamente. - A mulher sorriu, o encarando; - Você estava tão disposto que moveu o mundo para prender o monstro que o atormentava, fisicamente e psicologicamente.

— Você também fez isso.

— Mas precisei que você fizesse primeiro. - Ela suspirou e se levantou, tocando no álbum que Off segurava; - Eu sei que você gosta do meu irmão, mas uma vez você me disse que o conhecia o suficiente e nisso eu devo discordar.

Quando nos Vênus, te juro a Marte - Offgun Donde viven las historias. Descúbrelo ahora