Capitulo 04

87 21 13
                                    

Alguns anos depois...

Vilarejo Paraiso das Gaivotas - Floresta da Lua



Freya e Oliver estavam embrenhados no meio da Floresta da Lua treinando arco e flecha, usando os troncos das árvores como alvo.


- Eu me tornei uma arqueira melhor que você - provoca ela arrancando uma flecha fincada em um dos troncos de árvore.


- Jamais. - Oliver discorda encaixando uma flecha no arco. - Você precisa aprender muito ainda. - Ele atira a flecha acertando o alvo desenhado com lasca de pedra no tronco.


- Deixa eu te mostrar como é que faz. - Ela puxa o arco da mão dele e, com agilidade, encaixa uma flecha e a atira acertando o mesmo ponto que a flecha do amigo.


Ela olha com ar de presunção para ele, que faz uma careta e vai arrancar as flechas fincadas na árvore. Naquele momento, ambos escutam um barulho de água misturado ao de vozes abafadas, que parecia vir da direção do Rio das Sombras.


- O que é isso? - alarma-se Oliver estreitando seus olhos negros ao franzir o cenho.


Ele retira as flechas do tronco guardando-as na aljava pendurada no ombro dela.


- Vamos ver.


- Freya, é melhor não - adverte ele em vão, pois, a bruxa já havia se encaminhado rumo âs margens do rio. Oliver a segue contrariado apressando os passos para alcançá-la. - Espera por mim.


Os dois agacham-se escondendo-se atrás de um arbusto e ficam observando. Perto da borda do rio haviam três homens de capas cinzas e ao pé deles estavam duas mulheres ajoelhadas com as mãos e pés amarrados com cordas. Dois dos homens empurram com a sola da bota ambas para dentro da água e elas afundam.


Ao ver as mulheres serem empurradas, Oliver dá um grito de espanto e Freya, imediatamente, coloca a mão na boca dele para abafar a voz dele. Eles abaixam-se atrás do arbusto.


- Você é tolo? - repreende ela fitando-o com olhar acusador e tirando a mão da boca dele.


- Desculpe, foi mais forte que eu.


Freya, ao voltar a espiar por cima do arbusto, percebe que um dos homens havia notado a presença dos dois e estava olhando, fixamente, na direção deles.


Ela volta a se abaixar.


- Temos que sair daqui - sussurra ela saindo detrás do arbusto agachada e engatinhando em direção oposta ao Rio das Sombras -, um deles nos viu.


- Então temos que correr - comenta Oliver imitando os movimentos dela e seguindo-a.


Ambos se levantam e disparam por entre as árvores acelerando os passos, porém Freya toma outro caminho seguindo por um atalho para tentar despistar o homem, caso ele viesse atrás deles. Oliver, que havia passado à frente da amiga, continua correndo e só percebe depois que ela não estava mais atrás dele.


A bruxa corre em direção a mata fechada se embrenhando mais fundo pela Floresta da Lua, mas acaba sentindo uma flecha atingi-la no abdômen e tomba para trás.


- Maldição - pragueja ela colocando a mão na haste da flecha que a acertara. Levemente, Freya ergue a cabeça para verificar o ferimento, que jorrava sangue fazendo seu vestido cinza ficar vermelho.


Ela desliza o seu olhar para a frente e vê o homem de capa cinza, cujo o capuz na cabeça cobria-lhe o rosto, sair por detrás de uma árvore com o arco na mão. Ele aproxima-se colocando uma perna de cada lado do corpo dela pisando com as botas de couro em seu manto, que outrora fora marrom, mas estava desbotado pelo tempo.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now