Capítulo 25

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Tribunal do Santo Oficio



Os caçadores na Floresta da Lua ao avistarem os parceiros mortos, sem compreenderem como aquilo acontecera, resolveram recuar a busca pelos bruxos e retornaram para o Tribunal do Santo Oficio.


Alexandre, que estava junto aos outros, ao chegar na fortificação da Santa Inquisição encaminha-se direto para a sala do Bispo Domênico, encontrando-o sentado à mesa.


- Com licença, Reverendo - diz o caçador batendo na porta e abrindo uma pequena fresta, por onde coloca apenas a cabeça para o lado de dentro.


- Entre.


O homem adentra o recinto meio encabulado.


- Conseguiram capturar os bruxos? - indaga o Bispo levantando-se de sua poltrona aveludada atrás da mesa e olhando mal-humorado para o outro, que estava com suas vestes, principalmente, sua capa cinza, toda esfarrapada e seus cabelos pretos amarrados em desalinho devido as buscas infrutíferas pela floresta.


- Não, Bispo.


- Então por que voltaram? - pergunta Domênico tentando conter a irritação.


- Porque encontramos alguns caçadores mortos pela floresta, sem explicação. Então resolvemos voltar para o Tribunal.


- Como assim? - O Bispo levanta um pouco o tom de voz franzindo o cenho.


- Acho que aqueles bruxos enfeitiçaram a floresta provocando a morte dos nossos; parecem estar mais fortes e nós precisamos de armas mais poderosas contra eles.


- Vocês se acovardaram? - esbraveja o Sacerdote descontente.


- Não queríamos perder mais homens sem saber com o que estávamos lidando naquela floresta - argumenta Alexandre sentindo seus dedos formigarem de raiva e sua pele acastanhada coçar devido a poeira da viagem empregnada em seu suor que escorria por suas têmporas e costas.


O caçador respira fundo tentando manter a calma.


- Cadê o Adrian? Quero falar com ele.


- Nós não o encontramos. Ele deve estar entre os mortos para não ter voltado.


O Bispo bate com força o punho fechado na mesa fazendo o outro estremecer pela atitude inesperada.


- Maldição - vocifera Domênico. - Saia daqui.


Após o caçador se retirar, o Padre Bartolomeu, que aguardava do lado de fora, entra no gabinete.


- Bispo, os condenados já estão prontos para as execuções de hoje e a população já espera na Praça da Fé para assistir ao Auto-da-Fé.


- Pode levar os condenados até a Praça e amarrá-los nas estacas que eu já vou, antes só preciso escrever uma mensagem urgente.


- Está certo - diz o Padre. - Eu vi que os caçadores retornaram, mas sem capturados.


- A caçada foi um fracasso, precisamos nos fortalecer, causar temor na população em relação aos bruxos para incentivá-las a denunciar.


- Não vi o seu protegido entre os caçadores.


- Pelo visto ele está morto.


O Padre em silêncio retira-se do gabinete, enquanto o Bispo senta-se em sua poltrona novamente, pega um pergaminho e uma pena mergulhando-a na tinta preta e começando a escrever sua mensagem endereçada ao Rei.



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Castelo Forte dos Espinhos



Adrian acorda no meio do caminho rumo ao Castelo Real. Ele estava deitado a um canto do vagão com Dimitri ao seu lado e uns quatro cavaleiros mais afastados.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now