Floresta da Lua
Freya e Adrian caminhavam lado a lado e o caçador segurava nas rédeas do cavalo para fazer o animal os acompanhar. Eles estavam procurando algum lugar para se abrigarem.
- Pelo visto vamos ter que dormir ao ar livre esta noite - comenta Freya com expressão abatida.
- Fora de cogitação, não podemos nos arriscar ao ar livre.
- Eu sei, mas estou cansada de andar - diz ela arfando -, assim como estava sentindo meu corpo dolorido de ficar sentada em cima do cavalo.
- Temos que continuar andando - diz ele impassível.
- Depois que eu estiver em um lugar seguro, o que você vai fazer?
- Vou ao encontro dos outros caçadores que estão em caçada e depois voltar para o Tribunal com eles.
- E se alguém já descobriu o que você fez? - pergunta Freya olhando de soslaio para Adrian.
- Creio que não. No Tribunal todos acreditam que estou na caçada e os caçadores acham que tive uma missão extra, já que, às vezes, o Bispo pede para alguns caçadores verificarem denúncias fora do comum. Quando fui te resgatar, eu te tirei do subsolo através de uma passagem que poucos conhecem, mas eu a conheço, pois quando criança andava por todos os lados daquele lugar. Então ninguém me viu entrando e nem saindo de lá.
- Ainda queria entender por que você resolveu se arriscar assim por uma bruxa.
- Sinceramente, eu não sei, mas saiba que isso não vai se repetir.
- Você não me salvaria de novo?
- Não.
Freya dá de ombros e fica calada. Eles caminham mais alguns metros e encontram um pequeno abrigo.
- Acho que podemos dormir esta noite nesse abrigo - diz ela parando de andar.
- Vamos ficar expostos se ficarmos aqui - discorda Adrian.
- Mas é o melhor lugar que encontramos até agora - protesta a bruxa.
- Esse abrigo não é seguro.
- Eu posso fazer uma barreira de invisibilidade, ninguém vai nos ver enquanto estivermos do lado de dentro do abrigo - sugere ela. - Pelo menos até o sol nascer, depois a barreira se desfaz, pois, vou canalizar a energia da lua para fazê-la.
- Sua magia pelo visto vai servir para alguma coisa - suspira ele com desdém.
Freya ignora o comentário ácido dele e estende os braços, com as palmas das mãos viradas para cima, na direção da abertura do abrigo, fechando os olhos e concentrando-se.
Após alguns segundos, ela os abre novamente.
- Pronto - diz a bruxa abaixando os braços.
- Tem certeza que isso funcionou?
- Tenho.
Ela entra no abrigo e senta-se recostando-se na rocha. Adrian amarra o cavalo em uma árvore próxima e entra no abrigo sentando-se de frente para ela.
- Só nos resta descansar e esperar até amanhã para continuarmos.
- Estamos perto do vilarejo onde você mora.
- Eu sei. - Ela se acomoda no chão empoeirado fechando os olhos.
Adrian faz o mesmo e os dois adormecem.
No meio da noite, ambos escutam alguns ruidos vindo do lado de fora, Adrian levanta-se, rapidamente, com a mão no cabo de sua espada.
- Se você for lá fora e tiver alguém, vai poder te ver. - Ela levanta-se também.
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Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)
פנטזיהEm meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condenando-os a morte. É nesse cenário que vive Freya, uma bruxa que quando criança viu sua mãe ser executada na fogueira. Anos depois, ela mesma é...