Capítulo 15

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Montanhas Solares - Leste da Floresta da Lua



Freya avista o Vilarejo Paraiso das Gaivotas através das árvores e vai aproximando-se, vagarosamente, com o cavalo percebendo que o lugar estava mais vazio e silencioso do que antes. Isso a deixa apreensiva.


Aos poucos, acerca-se de seu casebre e desce do animal olhando para os lados. Ela ajeita o capuz em sua cabeça cobrindo-lhe o rosto para se caso alguém a visse, não a reconhecesse; queria passar despercebida.


Ela entra no casebre encontrando-o vazio como já era esperado, remexe nas coisas tentando encontrar alguma pista que indicasse para qual dos esconderijos a sua família junto com os outros bruxos haviam ido, mas não encontra nada, nem mesmo qualquer pertence de algum deles para poder fazer uma magia de localização.


Desanimada, Freya sai do casebre e tromba em uma pessoa, que com a colisão dos corpos, cai no chão sentada. Ela olha para baixo e vê que esbarrara em uma menina de corpo miúdo, cabelos ruivos cacheados até o ombro com sardas nas bochechas e nariz, que segurava um urso de pelúcia feito de pano marrom já surrado pelo tempo.


- Desculpe - diz Freya ajudando a menina levantar-se. - Quem é você?


- Eu sou Aimée - responde a menina sacudindo a terra de seu vestido bege e de seu urso.


- Aimée, você me assustou - confessa a bruxa sorrindo para a menina. - Eu sou Freya.


- Desculpe, Freya, não tinha a intenção de assustá-la.


- O que está fazendo por aqui sozinha?


- Eu estou procurando a minha mãe.


- O que aconteceu?


Aimée abre a boca e a fecha de novo hesitante.


- Ela foi levada pelos caçadores, não é? - deduz Freya sussurrando.


Aimée faz sinal afirmativo com a cabeça balançando seus cachos alaranjados.


- Eu também sou bruxa, pode confiar em mim.


- Eu vi quando levaram a minha mãe, me escondi porque fiquei com medo deles, mas preciso encontrá-la. - A menina estava com a voz trêmula tentando segurar o choro. - Ela é minha única família.


- Mas já faz um certo tempo que os caçadores passaram por aqui. Você ficou escondida e sozinha esse tempo todo?


- Na verdade não, eu fui junto aos outros bruxos para o esconderijo nas montanhas, mas só há poucos dias consegui sair de lá sem que ninguém percebesse.


- Por que fez isso? - alarma-se Freya. - É perigoso ficar por aqui, ainda mais sozinha, tem caçadores pelos arredores ainda.


- Eu preciso encontrar minha mãe.


- Eu tinha mais ou menos a sua idade quando minha mãe foi levada pelos caçadores também, fui atrás dela e vi coisas que gostaria de esquecer. - Ela olha nos olhos azuis brilhantes da menina. - Infelizmente, você não pode fazer nada, Aimée. Se os caçadores te pegarem, eles vão te levar também, pois não perdoam nem mesmo uma criança e sinto muito em te dizer, mas para a sua mãe já pode ser tarde demais.


Aimée, apertando seu urso de pano nos braços, deixa as lágrimas rolarem por suas bochechas e começa a chorar baixinho. Freya a abraça sentindo lágrimas escorrerem por seu rosto também. A menina a agarra pela cintura soluçando.


- Eu sinto muito, Aimée. - Ela se afasta um pouco. - Agora precisamos ir até o esconderijo antes que os caçadores nos encontrem.


Aimée limpa o rosto com as costas da mão.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)On viuen les histories. Descobreix ara