Capítulo 21

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Castelo Forte dos Espinhos



Na Torre da Cavalaria, Dimitri bate à porta do gabinete do Comandante.


- Posso entrar, tio? - Ele abre uma fresta da porta e coloca apenas a cabeça para dentro com os fios loiros caindo nos ombros.


- Claro - diz Eduardo parado perto da janela.


- Você vai ao baile hoje à noite?


- Não gosto muito desses eventos, mas como o baile é em nome de Beatrice, então irei comparecer sim.


- Bea, não está muito contente com este baile, que foram meus pais que organizaram para arrumarem pretendentes para ela.


- Beatrice já está na idade de se casar mesmo.


- Sim, mas ela não queria que seu futuro marido fosse escolhido por nosso pai.


- É assim que os casamentos funcionam - diz o Comandante olhando o pátio pela janela -, foi assim com Cateline.


Dimitri aproxima-se da janela também e percebe que o tio observava Adrian atirando seus punhais em uma placa de madeira ao lado do estábulo, ele acertava os cinco punhais que tinha em mãos no mesmo lugar, depois retirava-os e recomeçava a atirar.


- Ele tem um bom manejo com armas - comenta Dimitri.


- Eu tenho observado ele treinar por estes dias, demonstra ter boa habilidade com punhais, espadas e arco e flecha.


- Ele deve ser bom no corpo a corpo também.


- Eu imagino que esse rapaz seria um bom cavaleiro.


- Talvez - diz Dimitri afastando-se da janela.


- Preciso terminar algumas tarefas antes do baile - diz Eduardo virando-se para o sobrinho.


- Então não vou incomodá-lo mais, tio.


Dimitri sai do gabinete e encaminha-se para o pátio aproximando-se de Adrian, que estava de costas para ele.


- Você é bom nisso - diz o cavaleiro, enquanto Adrian atirava o último punhal que estava em sua mão.


O caçador olha, rapidamente, para Dimitri por sobre o ombro e vai pegar os punhais que estavam cravados na placa de madeira.


- Treino desde criança. - Adrian volta para o lugar que estava anteriormente e começa a atirar de novo.


- Percebe-se que você tem muita técnica - comenta Dimitri de braços cruzados observando o outro.


- Tive que aprender cedo para ser caçador - diz Adrian atirando um dos punhais na placa sem olhar para o cavaleiro.


- Com essa prática que você demonstra ter com as armas, poderia ser um bom cavaleiro.


- Nunca pensei em ser um cavaleiro. - Adrian atira outro puhal acertando o mesmo ponto que o anterior.


- Sempre quis ser caçador?


- Na verdade eu cresci na Igreja, ou seja, sempre fui treinado para isso, nunca pensei em fazer outra coisa.


- Poderia começar a cogitar a ideia de ser um cavaleiro.


- Não sei se ser cavaleiro serve para mim. - O caçador atira outro punhal.


- Por que não?


- Acostumei a ser caçador.


- Mas quer ser caçador para sempre?


Adrian encara o cavaleiro antes de ir buscar seus punhais mais uma vez.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Место, где живут истории. Откройте их для себя