Capítulo 28

38 13 2
                                    

Castelo Forte dos Espinhos



Freya após sair pela cozinha dirigiu-se até o estábulo. Passando pelas baias onde vários cavalos ficavam, ela encaminha-se até o fundo do local virando-se para a esquerda onde ficava empilhado o feno para os animais. Então, ficando encoberta por estas pilhas, inicia seu treino atirando as flechas em direção a uma placa de madeira.


Dimitri, que se despedia da irmã, pois esta estava indo para o seu quarto, vê quando a bruxa se encaminhava para o estábulo e a segue. Ele vai até o fundo e vira na direção do ruído das flechas sendo atiradas. Pé ante pé, ele aproxima-se e vê a placa de madeira com cinco flechas fincadas no mesmo ponto.


Ao dar o próximo passo depara-se com Freya de costas, cujo os cabelos pretos espalhavam-se pelo seu dorso por cima da puida capa cinza que trajava. Ela, que com sua audição aguçada o escutara aproximar-se, vira-se para o cavaleiro com o arco levantado e atira a flecha que estava encaixada. A arma passa zunindo pela lateral da cabeça de Dimitri e, em seguida, cai no chão atrás dele.


- Você poderia ter me acertado - queixa-se Dimitri com os olhos arregalados e respiração entrecortada -, ainda bem que errou. - Ele sentira a boca secar e umedece os lábios com a ponta da língua.


- Eu não errei - corrige ela abaixando o arco. - Não tive a intenção de acertar, mas de assustar quem se aproximava - explica ela séria.


- Então conseguiu - expressa ele abaixando-se para pegar a flecha no chão -, você parece ser boa nisso. - Dimitri examina o objeto girando-o em sua mão.


- Quem é você? - pergunta a bruxa olhando-o de cima a baixo.


- Sou Dimitri - apresenta-se o cavaleiro entregando a flecha para ela - e você é a garota que vi na janela da biblioteca ontem à noite.


- Sim. - Freya guarda a flecha na aljava.


Ele a encara encantado pelos olhos verdes esmeralda dela.


- Você me lembra alguém que conheci no Mosteiro da Graça.


- Quem? - pergunta ela, encabulada, desviando o rosto do olhar dele e indo retirar as flechas da placa.


- O nome dela é Diana. - Freya volta a fitá-lo. - Eu sei que ela veio para cá também.


- Ela é minha tia.


- Agora está explicado o porquê de você parecer com ela.


- Como a conheceu? - Freya guarda as demais flechas dentro da aljava.


Dimitri senta-se em um dos caixotes perto de uma pilha de feno.


- Sabendo do ataque dos caçadores, o Rei ordenou que os cavaleiros, inclusive eu, patrulhássemos a floresta; assim encontrei um caçador ferido e o levei até o mosteiro.


- Você fez o que? - indigna-se ela franzindo a testa.


- Eu o conhecia e não podia deixá-lo na floresta para morrer.


- Mas ele merecia morrer, era um caçador de... - ela se interrompe abruptamente.


- Bruxos - completa ele. - Eu sei o que vocês são, percebi isso quando o vi.


- E mesmo assim o levou até o mosteiro colocando o meu povo em perigo.


- Eu decidi fazer isso quando vi que em volta do caçador, na floresta, havia outros, mortos por ele.


- Como sabe que foi ele quem matou?


- Ele me disse antes de desfalecer.


- Por que um caçador mataria outros?

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now