Castelo Forte dos Espinhos
Freya após sair pela cozinha dirigiu-se até o estábulo. Passando pelas baias onde vários cavalos ficavam, ela encaminha-se até o fundo do local virando-se para a esquerda onde ficava empilhado o feno para os animais. Então, ficando encoberta por estas pilhas, inicia seu treino atirando as flechas em direção a uma placa de madeira.
Dimitri, que se despedia da irmã, pois esta estava indo para o seu quarto, vê quando a bruxa se encaminhava para o estábulo e a segue. Ele vai até o fundo e vira na direção do ruído das flechas sendo atiradas. Pé ante pé, ele aproxima-se e vê a placa de madeira com cinco flechas fincadas no mesmo ponto.
Ao dar o próximo passo depara-se com Freya de costas, cujo os cabelos pretos espalhavam-se pelo seu dorso por cima da puida capa cinza que trajava. Ela, que com sua audição aguçada o escutara aproximar-se, vira-se para o cavaleiro com o arco levantado e atira a flecha que estava encaixada. A arma passa zunindo pela lateral da cabeça de Dimitri e, em seguida, cai no chão atrás dele.
- Você poderia ter me acertado - queixa-se Dimitri com os olhos arregalados e respiração entrecortada -, ainda bem que errou. - Ele sentira a boca secar e umedece os lábios com a ponta da língua.
- Eu não errei - corrige ela abaixando o arco. - Não tive a intenção de acertar, mas de assustar quem se aproximava - explica ela séria.
- Então conseguiu - expressa ele abaixando-se para pegar a flecha no chão -, você parece ser boa nisso. - Dimitri examina o objeto girando-o em sua mão.
- Quem é você? - pergunta a bruxa olhando-o de cima a baixo.
- Sou Dimitri - apresenta-se o cavaleiro entregando a flecha para ela - e você é a garota que vi na janela da biblioteca ontem à noite.
- Sim. - Freya guarda a flecha na aljava.
Ele a encara encantado pelos olhos verdes esmeralda dela.
- Você me lembra alguém que conheci no Mosteiro da Graça.
- Quem? - pergunta ela, encabulada, desviando o rosto do olhar dele e indo retirar as flechas da placa.
- O nome dela é Diana. - Freya volta a fitá-lo. - Eu sei que ela veio para cá também.
- Ela é minha tia.
- Agora está explicado o porquê de você parecer com ela.
- Como a conheceu? - Freya guarda as demais flechas dentro da aljava.
Dimitri senta-se em um dos caixotes perto de uma pilha de feno.
- Sabendo do ataque dos caçadores, o Rei ordenou que os cavaleiros, inclusive eu, patrulhássemos a floresta; assim encontrei um caçador ferido e o levei até o mosteiro.
- Você fez o que? - indigna-se ela franzindo a testa.
- Eu o conhecia e não podia deixá-lo na floresta para morrer.
- Mas ele merecia morrer, era um caçador de... - ela se interrompe abruptamente.
- Bruxos - completa ele. - Eu sei o que vocês são, percebi isso quando o vi.
- E mesmo assim o levou até o mosteiro colocando o meu povo em perigo.
- Eu decidi fazer isso quando vi que em volta do caçador, na floresta, havia outros, mortos por ele.
- Como sabe que foi ele quem matou?
- Ele me disse antes de desfalecer.
- Por que um caçador mataria outros?
YOU ARE READING
Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)
FantasyEm meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condenando-os a morte. É nesse cenário que vive Freya, uma bruxa que quando criança viu sua mãe ser executada na fogueira. Anos depois, ela mesma é...