Capítulo 36

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Floresta da Lua



Após a singela cerimônia de casamento na capela do vilarejo Paraiso das Gaivotas, Oliver e Beatrice seguem viagem pela Floresta da Lua. Ela permaneceu trajada com seu vestido rosa claro apenas acrescentando seu manto vermelho por cima. O bruxo, mesmo sentindo-se desconfortável, continuou vestido com as roupas do escudeiro, mas colocou sua capa, surrada, marrom sobre o traje.


Ambos estavam a caminho do Mosteiro da Graça pelas trilhas estreitas, quando Oliver, com a audição aguçada, escuta, ao longe, ruídos de cascos de cavalos batendo nas folhagens e gravetos no chão misturados a algumas vozes.


- Não estamos sozinhos - avisa o bruxo ficando com o corpo enrijecido em cima de seu corsero acastanhado.


- Como você sabe? - pergunta Beatrice olhando-o preocupada.


- Eu escutei ruídos de cavalos e vozes se aproximando.


- Mas não vejo ninguém por perto - comenta ela olhando para os lados.


- Ainda não, mas estão vindo - avisa ele olhando para trás. - Precisamos acelerar nossos passos.


- Você sabe quem são?


- Não, mas desconfio que sejam caçadores.


Eles colocam seus cavalos para cavalgarem mais rápido.


De repente, aparece no caminho deles uma árvore tombada bloqueando a passagem. Os dois puxam as rédeas de seus cavalos fazendo-os frear imediatamente.


- Por aqui não dá para passar - diz Oliver virando seu cavalo.


- O que faremos? - indaga Beatrice fazendo o mesmo que ele.


- Vamos ter que achar um atalho que nos leve até o mosteiro.


Eles colocam os animais em movimento novamente voltando pela trilha.


Oliver escuta o barulho dos cascos de cavalos e vozes mais perto deles dessa vez.


- É melhor você se esconder, Beatrice - pede o bruxo parando seu animal.


- Se forem os caçadores, seria melhor nós dois nos escondermos. - Ela para ao lado dele.


- Pelos rastros, eles sabem que tem alguém por aqui, portanto é melhor que vejam apenas um de nós - argumenta Oliver olhando para as marcas das patas dos cavalos na terra.


- Então que seja eu, se eles forem mesmo caçadores e perceberem que você é bruxo, vão te capturar.


- E se verem uma donzela nobre sozinha e perdida na floresta, podem fazer coisas piores com você - explica ele fitando-a.


- Então vou ficar com você, não vou te deixar sozinho.


- Se algo me acontecer, é melhor que você consiga escapar e ir para longe daqui.


- Mas...


- Beatrice - diz Oliver com tom de voz firme -, só se esconda, por favor.


Mesmo contrariada, Beatrice embrenha-se entre as árvores, desce de seu cavalo e esconde-se atrás de um arbusto observando Oliver através dos galhos.


Em pouco tempo, dois homens, de capa cinza com o capuz cobrindo a cabeça, montados em seus corseros de pelagem negra aparecem pela trilha.


- Está perdido, garoto? - indaga um deles ao ver Oliver parado no meio do caminho.


- Não, só estou voltando para o meu vilarejo, mas a passagem está bloqueada por uma árvore tombada, então vou ter que achar outro caminho.


- Essas trilhas tornaram-se perigosas, não é aconselhável andar sozinho por elas - diz o outro.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now