Capítulo 61

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Mosteiro da Graça



Todos os bruxos estavam reunidos no pátio do mosteiro à espera da explanação de Freya.


Alguns dias após a partida da comitiva do Rei, ela junto a Cassius decidira que não poderiam esperar mais para voltarem ao Tribunal do Santo Oficio e salvarem as pessoas inocentes que estavam sendo torturadas. A bruxa passara aqueles dias treinando o controle de sua magia na floresta, mas ainda não havia progredido muito, mesmo assim resolveu que precisavam invadir e acabar com a Inquisição o quanto antes, não havia mais tempo para perder, iriam para a última batalha com as armas que possuíam.


- Amanhã, enfim, será o dia mais importante para todos nós - começa Freya com a voz firme -, o dia em que iremos destruir o Tribunal de uma vez por todas, que veio nos caçando e perturbando nossas vidas durante anos e eu serei a arma principal para o fim da Inquisição.


- Como faremos isso sem a ajuda dos cavaleiros? - indaga curioso um dos bruxos.


- Estamos em maior número agora, já que muitos caçadores estão em caçada pelos vilarejos e não esperam que iremos atacar o Tribunal novamente, eles esperam que iremos enfrentá-los pela Floresta da Lua - esclarece Cassius ao lado de Freya.


- Eu sou capaz de fazer magia mesmo dentro dos muros do Tribunal depois que voltei da morte e essa será a nossa vantagem para destruir aquele lugar de dentro para fora.


- Então, qual será o plano desta vez? - volta a indagar o mesmo bruxo.


- Eu irei na frente para imobilizar, com magia, os caçadores que lá estiverem enquanto outros bruxos irão soltar as pessoas que estão presas nas celas no subsolo, depois colocarei o Tribunal abaixo queimando-o com todos os seus moradores dentro e assim acabando com todos eles de uma vez.


- E quanto aos caçadores que estão nos vilarejos? - pergunta outro bruxo. - Eles ficarão sabendo do nosso ataque e virão atrás de nós.


- Provavelmente, mas eles estarão vulneráveis pela floresta, já que não terão mais um lugar para se esconderem da nossa magia.


- É nossa última chance de conseguir a nossa liberdade e poder viver em paz depois de anos de perseguição - diz Cassius. - Como eu já havia dito antes, vocês não são obrigados a participar desse ataque, mas se todos resolveram ir mesmo sabendo dos riscos, então daremos o nosso melhor nessa luta para, finalmente, vencer o Tribunal.


- Estaremos juntos nessa luta - diz um dos bruxos -, pela nossa liberdade.


- Pela nossa liberdade - dizem todos os outros em uníssono.


- Queria que soubessem - diz o Abade que assistia ao discurso -, que este mosteiro sempre estará aberto para vocês se precisarem de um lugar seguro para ficarem novamente.


- Agradecemos muitíssimo, Abade Carlo, por toda a ajuda que nos deu, por ter nos abrigado por todo este tempo, mesmo depois da muralha do mosteiro ter sido destruída pelos caçadores, a qual reconstruímos como podíamos - agradece Freya aproximando-se do Abade -, no entanto espero de verdade, que consigamos voltar para nossas casas, cada bruxo retornar para o seu vilarejo, só que dessa vez sem precisar nos esconder e podermos, enfim, ter o nosso lar.


- Você, pelo visto, tem uma casa ao qual gostaria de voltar.


- Sim, a casa onde cresci e vivi com minha mãe antes de ela ser caçada, torturada e executada pelo Tribunal.


- Espero que você consiga isso - e olhando para o resto do grupo -, espero que todos vocês consigam seus lares de volta.


O Abade despede-se dos bruxos e encaminha-se para o claustro, na ala dos fundos, para fazer suas costumeiras meditações.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now