Capítulo 54

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Mosteiro da Graça



Freya estava guardando alguns pertences dentro de um saco de pano, para a expedição até o Tribunal, com o auxílio da tia.


- Vou pegar alguns suprimentos para a viagem - diz Diana saindo do aposento.


Alguns minutos depois, alguém bate à porta.


- Entre.


- Pelo visto, você está se preparando para a viagem - diz Adrian entrando no quarto com uma caneca de cerâmica na mão.


- Você não veio até aqui para me pedir também para que eu não vá ao Tribunal, não é?


- Não, só vim te trazer esse chá para ajudá-la a dormir - diz ele oferecendo a caneca para ela -, pois imagino que deva estar ansiosa para o ataque.


- Sim, estou, mas não gosto muito de chá.


- Tome pelo menos um pouco - insiste ele colocando a caneca em cima da mesa de leitura.


Freya aproxima-se da mesa pegando a caneca e levando-a aos lábios.


- É bom - comenta ela bebericando o liquido fumegante.


- Por que você achou que eu vim aqui te pedir para não ir ao Tribunal?


- Porque o Rei cismou que eu não devo ir e tentou usar minha tia para me convencer a ficar - responde ela tomando mais um gole do chá.


- Entendi - diz ele observando-a. - É óbvio que ela não conseguiu te convencer.


- Claro que não - diz ela terminando de tomar o chá e colocando a caneca em cima da mesa -, até porque sou eu quem vai acabar com a vida do Bispo.


- O seu maior objetivo é esse?


- O meu maior objetivo é acabar com a Inquisição e para isso o Bispo precisa morrer.


Freya sente uma leve tontura e apoia-se na mesa para não cair. Adrian aproxima-se e a segura pela cintura.


- De repente, eu não... - ela se interrompe fitando a caneca e desfalecendo nos braços do cavaleiro.


Adrian a carrega até a cama deitando-a, delicadamente, sobre o colchão de palha.


- Perdoe-me, Freya, mas isso é para o seu próprio bem - diz ele acariciando os cabelos dela. - Eu não posso nem imaginar te perder.


Ele passa os dedos pela bochecha de Freya e aproxima o rosto encostando seus lábios nos dela. Depois sai do quarto encontrando Henrique e Diana esperando-o do lado de fora.


- Feito - diz Adrian para o Rei.


- Agora preciso fazer a minha parte - diz Henrique segurando uma vela acesa em uma mão e na outra uma cumbuca de barro vazia - colocarei uma barreira no quarto que a impedirá de sair.


- Por quanto tempo ela ficará presa? - questiona Diana.


- Até a fase da lua crescente terminar daqui a três dias, com esse tempo o grupo já estará longe e ela não poderá alcançá-los.


- Ela ficará furiosa quando acordar e perceber que está presa.


- E, com certeza, ela vai me odiar pelo o que eu fiz - desabafa Adrian.


- Pelo menos ela vai estar viva para ficar furiosa - dispara o Rei. - Agora saiam e não deixem que ninguém se aproxime desse corredor até eu terminar a magia.


Diana e Adrian afastam-se e Henrique ajoelha-se em frente à porta do quarto da filha.


Ele coloca a vela acesa no chão ao seu lado e tira do bolso de sua túnica uma adaga, com a qual faz um corte na palma de uma das mãos deixando o sangue pingar na cumbuca. Fechando os olhos enquanto o sangue escorria e enchia o recipiente, o Rei faz a magia para selar o quarto de Freya com uma barreira invisível. Após terminar, ele levanta-se pegando a vela e deixando a cumbuca com o sangue no canto da porta.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now