Epílogo

38 6 3
                                    

Castelo Forte dos Espinhos



Freya se via em um lugar completamente escuro, um verdadeiro breu, impedindo-a de enxergar qualquer coisa à sua frente, que a impossibilitava de se mover, O lugar parecia estar vazio, um vácuo profundo a rodeava. O ar a sua volta era, extremamente, frio provocando-lhe arrepios por todo o seu corpo, congelando-a até os ossos.


Tudo estava envolto em um silêncio aterrorizante, que a fazia tremer, não só pelo frio congelante, mas também pelo pavor que estava prestes a dominar o seu ser. Ela tentava gritar, mas sua voz falhava transformando seu medo em pânico. O local começava a se fechar ao seu redor causando-lhe falta de ar, sufocando-a em seu temor.


Quando estava a ponto de perder os sentidos, Freya acorda ofegante, com a respiração entrecortada como se o ar lhe faltasse dos pulmões. O quarto do castelo estava em penumbra, então ao abrir os olhos, ela foca-se no feixe de luz da lua que entrava pela janela. Sentando-se no colchão, a bruxa concentra-se tentando respirar mais lentamente para controlar as batidas de seu coração, que estava acelerado.


Uma leve brisa perpassa por Freya eriçando os pelos de todo o seu corpo e causando-lhe calafrios na espinha, empertigando-a. Essa sensação desagradável a faz ficar em estado de alerta, até que ela vê uma sombra surgindo diante de seus olhos ao pé da cama e que, aos poucos, vai se transformando em uma figura feminina sem rosto.


- Oi, Freya.


- Você é a Morte e já apareceu para mim uma vez, quando morri e fui trazida de volta à vida.


- E você quase morreu outra vez.


- Por que está aparecendo para mim de novo? Sendo que o resquício de magia negra que estava em meu corpo se esgotou com minha experiência de quase morte.


- Na verdade, foi sua própria magia negra que a salvou da morte dessa vez.


- Como assim? - pergunta a bruxa franzindo o cenho confusa.


- Você não percebeu o que fez, não é? Quando matou o seu próprio pai?


- Eu apenas me defendi e para isso tive que matá-lo.


- Você não só o matou. Você o sacrificou.


- Eu não... - balbucia Freya incrédula sem conseguir terminar a frase.


- Você não tinha intenção de adquirir magia negra, mas fez mesmo assim quando matou alguém do seu próprio sangue e isso causou-lhe dor por ter que perder uma pessoa que amava.


- Eu confessei que o amei antes de ele cair morto na minha frente.


- E foi sincero, mesmo que tenha sido duro admitir isso em voz alta.


- Mas eu não desejava a magia negra, preferia ter morrido então.


- O sonho que acabou de ter foi a sensação da morte vindo buscá-la, que só não aconteceu naquela noite por quê a magia negra a curou, senão, assim como o seu pai, você teria passado por mim.


- Por que quando morri da outra vez a sensação não foi a mesma? Aliás, eu não senti nada, só despertei do outro lado junto a minha mãe.


- Porque daquela vez você realmente morreu. Agora você ficou em uma espécie de limbo até ser curada completamente pela magia negra.


- Dessa vez eu não passei por você, só os mortos passam.


- Sim, eu venho buscá-los em seu último suspiro.


- Então, pode me dizer se alguém passou por você?


- Se você quer saber se o rapaz que está em seus pensamentos está morto ou ainda vive, desculpe, não posso te ajudar com isso.


- Por que não?


- Eu vejo a morte de todos, mas apenas aqueles que possuem magia passam por mim, os humanos comuns, não sei para onde vão.


Freya estava encarando a Morte concentrada em suas palavras, que nem percebeu que estava agarrando os lençóis da cama e causando uma brisa ao seu redor.


- Precisa aprender a controlar toda essa magia que está dentro de você - comenta a Sombra percebendo o ar se alterando.


- Se eu já tive dificuldade para controlar um resquício dessa magia, não sei se darei conta dela por completo.


- Mas você conseguiu controlar, pois o que importa é saber como fazer isso e não a quantidade.


- Por que a magia negra não se manifestou antes?


- Porque durante os últimos meses, você esteve triste, com sua energia baixa, então só agora acessou a sua magia, porquê está com raiva por saber que a possui.


- Isso só pode ser maldição.


Freya fechando os punhos, rasga os lençóis cravando suas unhas na própria palma da mão deixando marcas até arrancar sangue. A brisa que a rodeava transforma-se em uma rajada de vento, que se expande pelo quarto todo fazendo as paredes estremecerem.



FIM.

Agradeço imensamente a todos que leram a história completa e espero de coração que tenham gostado e apreciado cada página.
Peço, encarecidamente, para aqueles que chegaram até o fim, se puderem, por favor, recomendar o livro para outras pessoas, eu ficaria extremamente feliz.

Agora tenham um pouco de paciência que essa história ainda não acabou, terá uma continuação que logo mais estarei postando.

Meus sinceros agradecimentos a todos que leram e comentaram.
Até mais.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora