Castelo Forte dos Espinhos
Aimée sai do quarto e estava passando pelo corredor rumo a escada quando é abordada pelo Rei, que vinha na direção oposta.
- Você é amiga de Freya, não é?
- Sim, Vossa Graça - diz a menina abaixando a cabeça e olhando para o chão.
- Então poderia entregar esse bilhete para ela? - indaga ele estendendo um pedaço de couro dobrado a menina, que ergue a cabeça. - Quando ela estiver sozinha.
- Posso sim. - Ela pega o pedaço de couro e o guarda no bolso da saia de seu vestido cinza. - Eu entregarei a Freya.
- Agradeço - diz Henrique subindo o lance de escada para o segundo piso e indo em direção a biblioteca.
Aimée segue para o jardim junto as outras crianças e Oliver.
Enquanto isso, Freya estava com Dimitri a beira do Rio Nobre, que atravessa toda a propriedade do Castelo Forte dos Espinhos rumo ao Bosque Real. Eles estavam perto dos fundos da Torre da Cavalaria. A bruxa estava a caminho do estábulo para o seu treino, quando o cavaleiro a interpelou chamando-a para um passeio.
- Você sabe manusear outras armas além do arco e flecha? - questiona Dimitri sentado na grama à beira do rio.
- Sei manusear meu punhal também - diz ela sentada ao lado dele e erguendo a barra do vestido para mostrar o punhal dentro de sua bota.
- Você realmente sabe se defender.
- Eu tento - diz ela cruzando as pernas.
- Se um dia quiser aprender a usar a espada, eu poderia ensiná-la - oferece o cavaleiro pegando no cabo da arma que estava embainhada no coldre em sua cintura.
- Eu já acho a espada pesada demais, prefiro armas mais leves e ágeis.
- E para que você treina?
- Passei a vida toda, praticamente, precisando fugir e caçar para sobreviver.
- Sempre fugindo de caçadores, não é? - indaga ele arrancando as gramas do solo distraidamente.
- Sim, eles invadiam vilarejos atrás de bruxos que os próprios vizinhos denunciavam. Muitas pessoas morreram nas mãos da Igreja, a minha mãe foi uma delas.
- Sinto muito - diz ele carinhosamente -, agora entendo melhor porque você pareceu tão irritada quando te contei sobre o caçador.
- E eu também já fui capturada e levada ao Tribunal - continua Freya -, só não tive o mesmo destino que minha mãe, porquê escapei com a ajuda de um caçador.
- Um caçador te ajudou a fugir do Tribunal?
- Sim, o mesmo caçador que você encontrou na floresta e pediu para minha tia o curar.
- Como sabe que é o mesmo?
- Eu o vi no estábulo ontem.
- Então você já conhecia o Adrian. - Ela assente com a cabeça. - Ele já havia se arriscado por você antes; agora acredita que pode confiar nele?
- Parece que sim, apesar de Adrian também ser o caçador que me capturou e me levou até o Tribunal.
- Isso me parece confuso.
- A mim também, por isso não sei se devo confiar nele.
- Compreendo. Pelo menos ele te disse o motivo de ter feito tudo isso?
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Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)
FantasyEm meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condenando-os a morte. É nesse cenário que vive Freya, uma bruxa que quando criança viu sua mãe ser executada na fogueira. Anos depois, ela mesma é...