Capítulo 30

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Castelo Forte dos Espinhos



Aimée sai do quarto e estava passando pelo corredor rumo a escada quando é abordada pelo Rei, que vinha na direção oposta.


- Você é amiga de Freya, não é?


- Sim, Vossa Graça - diz a menina abaixando a cabeça e olhando para o chão.


- Então poderia entregar esse bilhete para ela? - indaga ele estendendo um pedaço de couro dobrado a menina, que ergue a cabeça. - Quando ela estiver sozinha.


- Posso sim. - Ela pega o pedaço de couro e o guarda no bolso da saia de seu vestido cinza. - Eu entregarei a Freya.


- Agradeço - diz Henrique subindo o lance de escada para o segundo piso e indo em direção a biblioteca.


Aimée segue para o jardim junto as outras crianças e Oliver.



Enquanto isso, Freya estava com Dimitri a beira do Rio Nobre, que atravessa toda a propriedade do Castelo Forte dos Espinhos rumo ao Bosque Real. Eles estavam perto dos fundos da Torre da Cavalaria. A bruxa estava a caminho do estábulo para o seu treino, quando o cavaleiro a interpelou chamando-a para um passeio.


- Você sabe manusear outras armas além do arco e flecha? - questiona Dimitri sentado na grama à beira do rio.


- Sei manusear meu punhal também - diz ela sentada ao lado dele e erguendo a barra do vestido para mostrar o punhal dentro de sua bota.


- Você realmente sabe se defender.


- Eu tento - diz ela cruzando as pernas.


- Se um dia quiser aprender a usar a espada, eu poderia ensiná-la - oferece o cavaleiro pegando no cabo da arma que estava embainhada no coldre em sua cintura.


- Eu já acho a espada pesada demais, prefiro armas mais leves e ágeis.


- E para que você treina?


- Passei a vida toda, praticamente, precisando fugir e caçar para sobreviver.


- Sempre fugindo de caçadores, não é? - indaga ele arrancando as gramas do solo distraidamente.


- Sim, eles invadiam vilarejos atrás de bruxos que os próprios vizinhos denunciavam. Muitas pessoas morreram nas mãos da Igreja, a minha mãe foi uma delas.


- Sinto muito - diz ele carinhosamente -, agora entendo melhor porque você pareceu tão irritada quando te contei sobre o caçador.


- E eu também já fui capturada e levada ao Tribunal - continua Freya -, só não tive o mesmo destino que minha mãe, porquê escapei com a ajuda de um caçador.


- Um caçador te ajudou a fugir do Tribunal?


- Sim, o mesmo caçador que você encontrou na floresta e pediu para minha tia o curar.


- Como sabe que é o mesmo?


- Eu o vi no estábulo ontem.


- Então você já conhecia o Adrian. - Ela assente com a cabeça. - Ele já havia se arriscado por você antes; agora acredita que pode confiar nele?


- Parece que sim, apesar de Adrian também ser o caçador que me capturou e me levou até o Tribunal.


- Isso me parece confuso.


- A mim também, por isso não sei se devo confiar nele.


- Compreendo. Pelo menos ele te disse o motivo de ter feito tudo isso?

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant