Mosteiro da Graça
Freya abre os olhos suspirando profundamente e puxando o ar do fundo de sua garganta. Os três, que estavam cochilando, percebe que ela acordara e aproximam-se do altar. Adrian, que chegara primeiro, ajuda-a a sentar-se segurando-a pelo cotovelo.
- Como se sente? - pergunta o cavaleiro preocupado.
- Estranha - responde ela colocando a mão no peito, no local onde fora ferida.
Ela puxa sua túnica para espiar por dentro e percebe que o ferimento havia sido curado, mas, no lugar, ficara uma marca avermelhada em formato de cruz como se fosse o sinal da Morte.
Diana aproxima-se abraçando a sobrinha com cuidado.
- Achei que você não fosse abrir os olhos - confessa ela ao se afastar de Freya.
- Eu não devia tê-los aberto.
- A sua marca de nascença está diferente - observa Diana ao olhar a marca de lua crescente no ombro da sobrinha pelo buraco do rasgo da túnica.
Freya olha para seu ombro esquerdo e percebe que havia uma mancha escura sobre a lua formando um eclipse.
- O que isso significa? - pergunta Diana para Henrique que estava parado ao seu lado.
- Que eu estou manchada pela magia negra - responde Freya rispidamente encarando o Rei.
- Seja bem-vinda de volta, Freya - diz ele ignorando a frieza na voz da filha.
- Você não devia ter feito isso, eu já havia aceitado a morte.
- Mas eu não.
Naquele momento, os outros adentram a capela junto com o Abade Carlo. Todos ficam com os olhos fixos em Freya, que mantinha sua atenção ainda focada em Henrique.
- Eu sei o que você fez e, aliás, ainda faz.
- Do que você está falando?
- Que você é o bruxo de magia negra que ajuda a Igreja a capturar os bruxos, enfeitiçando as armas dos caçadores para bloquear nossa magia.
Henrique não esboça nenhuma reação encarando-a com o rosto inexpressivo para tentar disfarçar o sobressalto que o acometera internamente.
- Foi o Bispo que me contou isso, um pouco antes de eu atirar meu punhal nele e matá-lo - continua ela.
- O Bispo está morto? - espanta-se o Rei.
- Quem você sacrificou para obter magia negra? - interroga Freya ignorando a pergunta dele.
Ela levanta-se da placa aproximando-se do Rei ficando frente a frente com ele.
- Como sabe disso?
- Eu li sobre magia negra em alguns livros na biblioteca do Castelo Real.
- Se não fosse por essa magia, você não estaria aqui agora - desconversa ele.
- Eu não pedi por isso - rebate ela apontando para o próprio corpo. - Agora me diga: quem você sacrificou?
- Se você leu os livros, então deve saber que para o sacrifício é preciso ser do mesmo sangue e que seja alguém que se ama.
- E quem foi essa pessoa do mesmo sangue que o seu e que você amava?
- Minha irmã.
Naquele momento, Oliver olha confuso para o pai.
- Você matou a própria irmã em prol de mais poder? - indaga Freya enojada -, consegue ser pior do que eu imaginei.
Ela afasta-se dele sentindo seu estomago embrulhar e um gosto amargo subir por sua garganta.
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Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)
FantasyEm meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condenando-os a morte. É nesse cenário que vive Freya, uma bruxa que quando criança viu sua mãe ser executada na fogueira. Anos depois, ela mesma é...