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|Capítulo 11|

2009

É frustrante quando vês todas as tuas colegas já se desenvolveram e já parecem mulheres, e tu ainda pareceres uma criança. Era assim que Scarlet se sentia. Não é que não fosse desenvolvida, apenas era menos desenvolvida que as colegas, fazendo com que a sua auto estima baixasse.

Honestamente, Scarlet nunca se tinha achado bonita, e quando olha à sua volta e todos parecem ser seres perfeitos faz com que se sentia ainda mais inferior. E como qualquer outra adolescente, sentires-te inferior faz com que o amor próprio que tens desapareça.

Naquele dia, a loira tinha reparado na maneira que os rapazes olhavam para as sua colegas. Eram olhares quase que famintos, como se as estivessem a devorar com os olhos. As suas colegas eram, certamente, raparigas atraentes, pelo menos para as suas idades, por isso, era normal que alguns rapazes olhassem para elas com luxúria. 

O problemas era que Scarlet nunca tinha recebido daqueles olhares, pelo menos que ela reparasse.  Ela cada vez começava a duvidar mais das palavras da sua avó, sempre a dizer que ela era uma rapariga bonita. talvez fosse mesmo bonita, mas não o suficiente para alcançar o nível das suas colegas.

Muitas das vezes, quando chegava a casa e se fechava no seu quarto, os únicos pensamentos que lhe passavam pela cabeça eram se ela era boa o suficiente para ter alguém que a ame. Ela tinha um péssimo medo de nuca ser amada, e quando vês que todos à tua volta são perfeitos e tu não és, sentes que nunca ninguém te vai amar.

Ela sentou-se na sua cama e deixou-se cair de costas na cama. Olhou para o teto e suspirou. Tinha sido apenas mais um dia igual aos outros, qual era a diferença? 

Na verdade, havia uma diferença. Todos os dias eram diferentes, porque de dia para dia, ela ia se sentindo cada vez mais infeliz e desapontada consigo mesma. A tristeza ia-se acumulando e era pior à media que os dias passavam. 

Decidiu levantar-se, uma vez que olhar para o teto apenas a fazia pensar na sua situação. Elevou o seu corpo e ficou sentada na cama de pernas cruzadas. O som da música que estava a ouvir não a estava a ajudar a animar, visto ter uma batida triste. Então, mais uma vez, começou a chorar.

Como sempre, eram apenas lágrimas que caiam dos seus olhos. De vez em quando um soluço  escapava por entre os seus lábios, devido à falta de ar, mas era, principalmente, um choro silenciosos.

Aproveitou o facto de a sua avó não estar em casa para aliviar o que sentia. Para isso, gritou. Gritou o mais alto que podia, até começar a sentir uma dor aguda na garganta. Gritou como se os gritos fosse aliviar a sua dor, mas não aliviou nada.

As lágrimas continuava a escorrer quando ela começou a passar as suas unhas pelas suas pernas descobertas. Passou as unhas por toda a perna direita, cerca de cinco vezes. Parou e olhou para a perna. Estava toda arranhada e, com certeza, esses aranhões não iria desaparecer em cinco minutos.

Scarlet comparou a perna direita com a esquerda, e chegou a uma conclusão. A perna direita mostrava o seu verdadeiro ser; os arranhões mostravam o quanto ela se desprezava a si mesma. Já a perna direita mostrava uma pessoa feliz e sem problemas nem inseguranças; mostrava uma pessoa que Scarlet não era.

Sendo assim, ela fazer com que ambas as pernas mostrassem como ela verdadeiramente se sentia. Voltou a fazer o mesmo processo, mas desta vez na perna esquerda.

Quando acabou, sentiu-se bem. 

Quando ela tinha arranhado o braço, a sua avó tinha logo reparado, mas nas pernas a sua avó nunca descobriria porque elas estarias cobertas.

Scarlet tinha encontrado uma melhor maneira de resolver os seus problemas com a sua insegurança.

++

Basicamente, sou preguiçosa demais para ver se o capítulo tem algum erro, por isso não reclamem se virem algum, eu depois volto a ler. 

Este capítulo está pequeno, mas mostra o que era preciso.

Não sei se estão a perceber a ideia, mas estas partes do passado são para mostrar a evolução da auto mutilação e que nem sempre reparas que te estás a auto mutilar. Sim, fazeres arranhões na tua pele conta como auto mutilação.

ily, nunca te esqueças de sorrir :-)

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