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|Capítulo 43|

2014

Independência era algo que a moça procurava. Ela queria mesmo tornar-se independente de toda a gente para puder seguir em frente e viver uma vida completamente nova. Scarlet ia atingir esse objetivo, nem que tivesse de sair de Denver e de perto da sua avó. Aliás, quanto mais longe de Denver, melhor. Queria lá ela continuar perto de todos aqueles que lhe estragaram aqueles que são os anos mais importantes de uma pessoa.

Para isso, Scarlet teria mesmo de começar do zero.

Assim, ela começou a pesquisar sobre os melhores sítios para viver na Califórnia. Esse era um estado de que ela gostava muito: não era muito longe do Colorado, tinha muitas praias e um clima ameno com a ocasional chuva e neve em altas altitudes. Era um estado bastante agradável, só faltava escolher a cidade.

Na verdade, escolher a cidade tinha sido mais fácil do que escolher o estado. Mal pensou na Califórnia, lembrou-se logo de Los Angeles. Era uma cidade tão conhecida e populosa que seria difícil na pensar nela. Era uma cidade que, basicamente, tinha tudo. Melhor que L.A. seria apenas Orlando, que era mesmo a cidade de sonho de Scarlet.

Quando a loira estava mesmo decidida em ir para Los Angeles, falou com a avó. A senhora, claro, não concordou com nada de que a neta disse. A senhora achava aquela uma cidade com demasiadas pessoas e demasiado barulho. Além disso, tinha uma taxa de criminalidade elevada e a probabilidade de Scarlet continuar no mau caminho em vez de melhorar era enorme se ela fosse para L.A.. Mas a moça implorou e a mulher acabou por ceder, afirmando que poderiam ficar num hotel em Los Angeles enquanto procuravam casa para a loira.

Assim fizeram. Comprar um bilhete até à Califórnia e, três semanas depois, foram para o aeroporto para saírem de Denver. Tanto avó como neta ficaram maravilhadas com a cidade. Era impossível não ficar. Toda a sua vida tinham vivido em subúrbios e não estavam habituadas a tantos carros e pessoas a passar. Toda a gente estava apressada e haviam filas enormes no cafés. Era tão diferente que parecia outra mundo.

Mal se habituaram um pouco a toda aquela agitação, as duas sairam juntas do hotel três estrelas onde ficariam por menos de sete dias e foram a uma agência de imobiliários. Aí, conversaram com o agente, dizendo coisas como o seu orçamento, o local onde preferiam e o tipo de apartamento que gostariam.

Ao fim de três dias a ver casas e depois de passarem por cinco agências, finalmente encontraram uma casa que lhes agradasse. O aluguer não era muito caro, apesar de ser uns dólares acima do orçamento combinado, mas a avó achava que valia a pena, pois era um apartamento numa boa rua com um parque mesmo à frente e boa iluminação. Nos andares de baixo haviam várias lojas e restaurantes, que poderiam dar um emprego a Scarlet, e as pessoas do prédio pareciam ser simpáticas. O apartamento em si era espaçoso, tendo dois quartos, uma casa de banho, uma cozinha-sala e um escritório. A loira não ia precisar de tudo aquilo, mas como a avó insistiu em pagar até a loira arranjar emprego, não houve muita discussão.

Mal trataram dos papéis, voltaram para Denver. Como não estava a comprar a casa, estavam apenas a alugá-la, o processo todo não demoraria tanto tempo quando isso. Com efeito, ao fim de um ou dois meses, já as duas mulheres estavam a empacotar tudo o que era de Scarlet para colocarem num avião onde iria apenas a loira. A avó não queria ir. Quer dizer, querer, queria. Mas aquele era o momento da sua neta. Aquele era um paço bastante importante na vida dela e, apesar da senhora querer estar lá para a apoiar, ela sentia que, ao mesmo tempo, aquilo era algo que a loira devia ultrapassar sozinha pois, daí em diante, ela iria fazer muitas decisões sozinha e enfrentar muitos desafios sem a ajuda de ninguém. Era importante que começasse a fazer isso gradualmente e, saber que a avó apoiava a decisão dela era algo importante.

Quando as duas se dirigiram para o aeroporto com apenas duas malas para irem para o porão e uma mala para ir com ela (só levaram o mais necessário, nada muito pesado que ela pudesse comprar em Los Angeles), ambas sentiram um grande tristeza. Nenhuma delas conseguiu conter as lágrimas. Antes do check-in, as duas abraçaram-se e deixaram-se assim ficar por segundos, senão minutos. Durante algum tempo, não se voltariam a ver.

"Eu vou-te ligar todos os dias." Informou a senhora de idade. "Não te esqueças de atender, mesmo que estejas cansada."

"Vó," Scarlet fungou, ainda agarrada à avó. "É só uma hora de diferença, não é como sofresse de jetlag."

"Eu sei, amor." A senhora afastou-se um pouco e limpou os olhos com as mãos enrugadas. "Eu sei, mas preocupo-me. Passamos tanto tempo juntas e tu agora vais-te embora. E eu sei que isto é apenas o início. Daqui a algum tempo há de ser muito pior e talvez nem tenhas tempo de falar comigo uma vez por semana ou nem me possas visitar todos os anos."

"Não penses assim." Também a loira limpou as lágrimas que começavam a secar nas suas bochechas rosadas. "Se as duas nos esforçarmos, conseguiremos manter o contacto, acredita nisso."

A senhora assentiu, querendo acreditar que nada de mau aconteceria entre as duas. No entanto, era inevitável pensar em todas aquelas hipóteses: e se não se voltassem a ver, e se acontecesse algo com o avião, e se a loira não tivesse dinheiro suficiente e não a conseguisse contactar, e se-

"Vó." Scarlet interrompeu os pensamentos da senhora de idade, colocando as suas mãos nos ombros da mulher. "Nada de mal vai acontecer, está bem?"

"Sim, mas-"

"Avó."

"Está bem." A mulher assentiu mais uma vez mas, desta vez, mostrou um sorriso à sua neta. Era um sorriso pequeno que escondia muitas coisas pro trás, mas era uma boa tentativa.

As duas voltaram-se a abraçar, Scarlet apoiando o queixo na cabeça da sua avó e a senhora abraçando a cintura da moça. Tentavam controlar as lágrimas, pois nenhuma queria que a outra visse quão fracas se sentiam.

"Eu adoro-te, avó. Obrigada por tudo."

Com essas pequenas frases, separaram-se. Scarlet pegou nas suas malas e dirigiu-se ao balcão de check-in, metendo-se numa das filas. Não olhou para trás, pois não queria mesmo que a avó visse a careta que estava a fazer: beicinho, bochechas rosadas, olhos inchados, soluços silenciosos a saírem-lhe pelos lábios secos e lágrimas gordas e feias a escorregarem pela sua face até ao chão.

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eu sei que é pequeno tendo em conta o tempo que demorei, mas não tinha mais para escrever. Com os exames, ando ocupada a estudar e ando a tentar manter a minha média para puder ser aceite numa boa escola enquanto tenho todas as atividades extracurriculares.

anyway,

ily


decide mudar de casa para ser independente e a avó ajuda-a a mudar de casa e a arranjar uma

Scar | a.i.Where stories live. Discover now