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|Capítulo 49|

2015

Naquele dia, escapar do homem com quem tinha tido sexo fora difícil. Por alguma razão, o homem parecia ter ficado obcecado por Scarlet, o que não a agradava nada. Ela só queria uma rapidinha, porquê que o homem não percebia isso?

No entanto, ela acabou por conseguir sair da casa de banho masculina onde tinha estado com o homem de, aproximadamente, vinte e cinco anos e fugir daquele bar bastante alegre. Teve que o fazer a correr, o que não a agradava nada mas não foi difícil devido à sua escolha de uns ténis.

Aquele tipo de rapidinhas eram comuns para a moça. Quando ela não tencionava ir para um motel ou para a casa de um homem, Scarlet levava sempre uma saia vestida. Era fácil de levantar a saia e baixar as cuecas.

Já exausta, a loira ajeitou a sua pequena mala no seu ombro e apertou o casaco desportivo. Não estava frio, mas andar com as pernas descobertas numa noite não propriamente quente não era muito agradável. Por essa razão, a moça acelerou o seu paço.

Quando chegou ao Grand Castell, a rapariga acenou com a cabeça ao porteiro, que o retribuiu o aceno. De seguida, ela entrou no bar e suspirou ao sentir o ar quente a bater-lhe nas costas.

"Jack." Ela forçou um sorriso ao caminhar em direção do homem. "Tudo bem?"

"O que queres, Moore?" Ele perguntou, revirando os olhos face à tua tentativa de fazer conversa.

"Eu hoje não tenho dinheiro." Scarlet sorriu de maneira inocente, sentando-se na cadeira à frente da de Jack.

"E queres que eu te deixe levar a droga, certo?" Quando a loira assentiu, ele suspirou. "Moore, sabes que te adoro, mas não posso fazer isso. Não quando ainda nem confio em ti a cem por cento."

Ela revirou os olhos. "Confias em alguém a cem por cento?"

"Na minha noiva. Confio nela tanto que até lhe contei que vendia droga quando íamos apenas no terceiro mês de namoro."

"Está bem." Ela suspirou, derrotada. "Então eu vou para o balcão morrer lentamente enquanto tento que alguém me empreste uns cinquenta dólares."

Jack gargalhou. "Sim, faz isso."

Fingindo um beicinho, a rapariga foi até ao balcão, como indicara. Aí, pediu um copo de rum, para ver se a falta de droga não teria grande efeito no seu organismo. Depois de acabar o copo todo, deixou-se ficar sentada no banco alto, colocando os braços cruzados em cima do balcão e deitando a cabeça virada para a porta sobre os braços.

Durante minutos, a loira apenas observou o espaço à sua volta. Olhava para as pessoas a conversarem baixinho e para a televisão que ninguém conseguia ouvir. Tentava escutar a conversa de um casal não muito longe dela. Inspirava o cheiro do álcool e de ganza que se espalhava pelo bar. Tudo pequenas coisas que, assim que prestamos atenção, parecem ganhar uma dimensão enorme.

Mas, ao fim de algum tempo de ver pessoas a entrar e sair do bar, um rapaz chama-a à atenção. Ela tinha a certeza de que já o tinha visto antes, não sabia onde, mas lembrava-se da cara dele de algum lado.

Sem conseguir desviar o olhar do moço, Scarlet acompanhou todos os seus movimentos com os olhos: ele olhou em volta e suspirou, andou até ao balcão e disse qualquer coisa a Richard, sentou-se três bancos de distância da loira e recebeu a sua bebida. O homem manteve sempre um sorriso enorme na cara, como habitual, mas o rapaz nem uma única vez se esforçara para retribuir o gesto. A única coisa que passou pela cabeça da loira nesse momento foi, Que rude!.

Quando Richard estava despachado, Scarlet levantou a cabeça e chamou-o. "Quem é aquele?"

"Não sei." O homem encolheu os ombros. "Não me disse o nome e também não perguntei pois ele não parecia muito amigável. Porquê? Interessada nele?"

"Não da maneira que estás a pensar, mas sim." Ela respondeu, voltando a olhar para o tal rapaz.

E, sem qualquer vergonha, a loira continuou a olhar para o moço durante alguns segundos, tentando absorver todos os pormenores da sua face para se conseguir lembrar de onde já o viu.

Ao fim de um tempo, Scarlet já podia dizer de memória que ele tinha um cabelo comprido, encaracolado e loiro sujo, os seus olhos pareciam escuros, mas isso talvez fosse devido à distância entre os dois ou ao facto de estar intoxicado, os seus lábios eram finos, sendo o inferior quase o dobro do superior, tinha um nariz bonito – não era abatatado, nem liso, nem empinado –, um maxilar forte e braços com mãos enormes. Acerca da estatura do seu corpo, não havia grande coisa a dizer, pois o seu corpo estava coberto por um casaco grande e grosso. Apesar disso, parecia ter ombros largos e braços musculados.

A moça achava-o atraente, assim por se dizer, mas nada de especial. Por isso, como não lhe vinha à cabeça donde é que ela o tinha visto, Scarlet desviou o olhar e começou uma conversa com Richard.

Passaram-se minutos, quase uma hora, até o rapaz pousar o seu copo no balcão de novo, pousar uma nota no balcão e levantar-se, arrastando o banco e fazendo algum barulho, ao qual ninguém ligou a não ser a loira e o homem careca.

"Então até uma próxima, caracolinhos!" Richard despediu-se, e Scarlet arregalou os olhos devido à ousadia do homem.

O rapaz parou de andar e virou-se para o dono do bar, com os olhos semicerrados. "O meu nome não é caracolinhos." E com isso, foi-se embora, sem mostrar qualquer indício de voltar ao bar.

Mas voltou.

++

Curto ou não, adoro este capitulo. N consegui mesmo resistir e tive que publicá-lo o mais cedo possível. Por isso, o último pode demorar mais tempo do que o previsto.

O próximo é o ultimo *cries in a corner* e depois eu vou fazer aquele capitulo de agradecimentos e bla bla bla que ninguém quer realmente saber mas é uma forma de agradecer a todos os que já passaram por este livro.

Espero que tenham gostado

ily, nunca te esqueças de sorrir :-)

Scar | a.i.Where stories live. Discover now