Scar | a.i.

|12|

|Capítulo 12|

2015

Estava uma noite bonita. Scarlet tinha passado o dia a trabalhar e, só quando estava a fazer o seu caminho até ao bar, é que reparou que não havia nuvens e conseguia-se observar as estrelas perfeitamente.

O que a estava a irritar era que não tinha sexo com ninguém há algum tempo. E, agora que ela pensava nisso, provavelmente uma semana depois de conhecer Ashton, tinha deixado de dormir com um homem novo todas as noites.

Por alguma razão, sentia-se desconfortável até a beijar outro homem. Ela tinha ido a algumas discotecas e, como qualquer outra pessoa, o seu objetivo era um pouco mais do que apenas diversão inofensiva. Ela encontrava algum homem perto da sua idade que achasse atraente e ia logo ter com ele, na tentativa de ter uma coisa de uma noite. Mas, quando começava a beijar o homem e a sentir as mãos dele a passearem pelo seu corpo, afastava-se. 

Não era normal que a imagem do rapaz com cabelos aos cachos lhe aparecesse na cabeça. Ela não tinha nada com Ashton, porquê pensar nele? 

Claro que, quando ela falou sobre esse assunto com Richard, ele lhe disse logo que ela estava a ficar apanhadinha pelo baterista. 

Apanhadinha, pft. Ela nem amor próprio como amor pelos outros. É que não faz sentindo ela ter sentimentos por alguém quando ela não tem sentimentos por si. 

Também não faz sentido alguém ter sentimentos por ti se tu não tens sentimentos por ti próprio. 

E foi isso que ela disse a Richard quando ele lhe disse que o rapaz também parecia estar com uma paixoneta em Scarlet.

Como era de esperar, Richard disse-lhe que não era impossível. Encorajou-a a dizer que não havia razão para ela não se amar. 

"Desculpa." A loira disse e Richard grunhiu.

"Porque é que estás a pedir desculpa?"

"Porque eu disse algo com que não concordavas."

"Tu podes ter a tua própria opinião, Scarlet. Mas eu não fico feliz quando a tua opinião é que ninguém te vai amar."

"Desculpa."

Quando Richard ia voltar a reclamar por ela estar a desculpar-se, ele vê que Ashton entrou no bar. Invés de começar a falar, ele sorri à rapariga e deixa-a sozinha.

Confusa pela ação de Richard, ela olha para trás, onde encontra o jovem loiro à pedir que ela vá ter com ela.

Scarlet foi ter com Ashton e esperou que ele lhe dissesse alguma coisa. No entanto, o rapaz apenas pegou na mão dela e começou a levá-la para fora do bar. Ela olhou para Richard, apenas para ter confirmação de que estava a fazer a coisa certa em ir passear com Ashton, e ele sorriu-lhe enquanto assentia com a cabeça.

O gesto foi suficiente para que Scarlet se sentisse confortável a ser levada pelo baterista. Eles quase que não se conheciam, mas a companhia dele fazia com que a loira se sentisse segura e quente por dentro. Era uma sensação que lhe dava prazer. Não no sentido sexual, pois este sentimento era bem diferente do que ela sentia cada vez que estava com um homem na cama.

"Vamos para a praia." Ashton disse.

"A pé?" Scarlet perguntou surpreendida, pois a praia não era assim tão perto.

Ashton revirou os olhos, mas um pequeno sorriso era visível na sua boca. "Não. Eu vou chamar um táxi."

Scarlet decidiu não perguntar o porquê de ele não os conduzir até à praia. Será que ele apenas queria gastar dinheiro num táxi? Quer dizer, ele é baterista de uma banda famosa, ele tem dinheiro, porque haveria ele de o gastar numa viagem de táxi quando pode comprar o seu próprio carro?

A loira deixou de pensa nisso quando viu um táxi a aproximar-se deles. Ambos entraram dentro do veículo, sem pronunciar uma palavra. Na verdade, durante a viagem toda ninguém disse uma palavra. Scarlet e Ashton apenas não queriam estragar o silêncio confortável, mas o motorista parecia estar mesmo num dia mau, pelo que os jovens nem se atreveram a abrir a boca, com medo de levarem uma má resposta.

Felizmente, a viagem de carro até à praia não demorou muito tempo, e logo os jovens estavam a descalçar-se para que a areia não entrasse dentro dos seus sapatos. 

Durante dez minutos, eles apenas andaram pela areia, sentindo a boa sensação de ter a areia a fazer-lhes pequenas cocegas. Mas não era muito divertido andar e nem falarem, por isso Ashton guiou Scarlet até à beira do mar, onde os dois ficaram a olhar para as ondas.

Mas isso foi só até o loiro decidir ir a correr para o mar com a roupa vestida. Scarlet deixou um pequeno grito escapar pelos seus lábios. Era noite e estava frio, ele podia apanhar uma pneumonia. 

"Ashton! Sai daí!"

"Porquê? Eu estou bem aqui." 

"Podes ficar doente, sabes disso, certo?"

O rapaz ignorou-a e mergulhou, mais uma vez. Scarlet não pode deixar de reparar no quão atraente o rapaz estava. O cabelo molhado colado à sua testa não lhe podia ficar melhor e a camisola branca estava quase transparente, dando visão para os seus abdominais. Não era muito excessivos, e a loira gostava disso. O luar batia na sua cara, dando alguma claridade para se puder ver os olhos cor de avelã a brilharem.

Sem pensar no que estava a fazer, Scarlet começou a andar e apenas parou quando sentiu a água a chegar-lhe à cintura. Como tinha a roupa vestida, umas calças de ganga justas e uma camisola preta larga, não sentiu a diferença de temperatura. Mergulhou para molhar o cabelo e, quando voltou à superfície, viu Ashton a olhar para ela com um sorriso.

"O que foi?" Ela perguntou, tentando esconder um sorriso.

O rapaz não respondeu, apenas se aproximou dela e aumentou o seu sorriso. Ele tocou na bochecha dela com o seu dedo, e Scarlet também sorriu, um sorriso largo e verdadeiro.

"Tu tens covinhas!" Ashton gritou. "Mas porque é que das outras vezes elas não aparecem? É a primeira vez que te vejo a sorrir e com covinhas."

"Elas só aparecem se o meu sorriso for verdadeiro." Ela encolheu os ombros.

A loira estava a sorrir verdadeiramente. Quando ela teve a consciência disso, sorriu ainda mais. Durante anos, ela não tinha sorrido verdadeiramente e, agora, tinha voltado a sorrir e com razão para isso.

Ashton fazia-a feliz.

++

Enquanto escrevia isto estava sempre a imaginar o Harry invés do Ashton.

Finalmente publiquei e eu até gosto do capitulo.

Vão ler a minha nova história com o Michael. Chama-se "8:27" e eu agradecia muito se lessem. Se gostam de poesia eu tenho um livro onde publico alguns poemas que eu escrevi. 

ily, nunca te esqueças de sorrir :-)