Apesar do padrão que tem, Fernando Green Wood viveu toda sua vida na miséria. Aos sete anos foi abandonado pelos pais e obrigado a morar na rua.
Tudo oque conseguiu conquistou sozinho. Vendia bala no sinal e guardava o seu dinheiro. Aos dezesseis an...
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Anos antes
Tudo oque vinha ocorrendo no decorrer do tempo estava me deixando verdadeiramente estressado. Após negociarmos com os franceses, eu insisti em tomar uma bebida no bar mesmo Ramiro protestando, precisava acalmar os ânimos.
Dou um generoso gole na bebida e encaro o rosto do meu amigo, ele estava mais tenso do que o normal.
- Tudo bem, cara? - procuro saber meio incomodado com o seu silencio. Ele nega com a cabeça - Tem certeza irmão? - sua expressão o entregava - Você parece estar em outro lugar, fumou o beck dos Domaine? - provoco querendo tirar aquela carranca de enterro
Ramiro ri balançando a cabeça. Pego o meu copo e estico para que o barman o encha novamente.
- É a garota da boate - diz de repente chamando a minha atenção
- Estão sério? - pergunto num misto de curiosidade e incredulidade. Ele nunca foi do tipo de se envolver
- Gosto dela - responde se esquivando. Em seguida abaixa a cabeça focando em sua bebida. Então era isso.
- Então qual é o problema? - inquiri sem paciência - Você gosta dela e ela claramente gosta de você - aponto o que todos já notaram - é só ficarem juntos ou oque quiserem - dou de ombros bebendo o meu Gin
- Não é tão simples assim - soa incomodado - Nós dois somos... incompatíveis. - ele murmura bebendo o whisky
Não digo mais nada. Nem deveria ter me metido nesse assunto já que sentimentos não são bem o meu ponto forte, tendo em vista que vivi praticamente a vida inteira sozinho. Mesmo assim, tenho o habito de ver tudo de forma racional.
- Salut les garçons (oi garotos) - uma voz baixa e sexy me faz virar o rosto. Por falar em vadias...
- Salut - me levanto admirando o corpo esguio - Jem'appelle Fernando (eu me chamo Fernando)
- Camille - diz com aquele sotaque francês. Sempre gostei de ouvir as garotas falando outras línguas embaixo dos lençóis. E o francês e o italiano são os melhores sotaques na minha opinião.
- Aceita uma bebida? - pergunto. Ela se senta no banco ao meu lado. O movimento faz a barra do seu vestido subir um pouco.
- Não tenho muita experiencia com bebidas mas... - divaga alheia ao meu tesão - estou na uma fase de experimentar coisas novas - me encara com seus olhos azuis selvagens. Enxergo malícia ali, e algo a mais que não consigo identificar.
